O presidente do PT no Acre, Daniel Zen, afirmou que seu partido não irá impor obstáculos a eventuais alianças do MDB em Rio Branco para além das já firmadas ao longo de 2023. Após anos se digladiando na capital, as duas legendas resolveram unir forças em torno do hoje emedebista Marcus Alexandre, que saiu do PT no ano passado após duas derrotas eleitorais consecutivas para o governo.
A declaração do ex-deputado, dada com exclusividade À GAZETA, se deu em resposta a um questionamento sobre o que ele pensa a respeito de uma chapa entre Marcus Alexandre e Alysson Bestene (PP), o candidato do governador Gladson Cameli, responsável por quebrar a hegemonia petista de cinco eleições gerais consecutivas. A chapa, aliás, é defendida pelo ex-presidente do PT, Cesário Braga.
“Se o MDB fizer uma coligação com o PP, o que eu posso dizer é que o PT não será um obstáculo. Não terá veto da nossa parte. Até porque nós não estamos nessa condição. Uma coisa que, talvez, as pessoas estejam com dificuldade para entender é que, nessa eleição, o PT não é protagonista, mas apoiador. Quem protagoniza a aliança em que nós fazemos parte é o MDB e o Marcus Alexandre”, afirma.
“O ex-prefeito saiu do PT, mas a gente achou por bem continuar apoiando ele. Isso aí já é ponto pacificado dentro do PT. Mas não somos nós que vamos dizer se vai ter ou não vai ter essa aliança com PP”, prossegue. Apesar disso, Zen acha “pouco provável” que tal aliança vá para frente, uma vez que, segundo ele, “toda” a direção do Progressistas é contra dividir o palanque com os petistas na capital.
“O que o Cesário tem dito é que não devemos fechar portas e nisso eu concordo com ele. As portas não estão fechadas ao diálogo. É aquela história: descartar eu não descarto. Mas acho pouco provável”.
Em outubro de 2023, na sede do MDB, em Rio Branco, uma frente ampla foi formada por partidos de centro, centro-esquerda e esquerda, em torno de Marcus Alexandre e sua atual legenda. Além do PT, participaram o PCdoB, PV, PSOL e Rede Sustentabilidade. A frente também visa debater possíveis construções de chapas majoritárias e proporcionais no interior do estado.