É um conceito do qual seria tolice abrir mão, ainda não abandonamos o ideal, não pelo cálculo, avaliamos o ganho e percebemos o que é indispensável para o desenvolvimento; neste sentido em que o homem se desenvolve em sua evolução, o ideal vem ao encontro como uma possibilidade que de mim mesmo se desenvolve livremente, ou seja, no ideal eu reconheço em mim a pessoa humana.
A compreensão alcança a consciência que apanha o ideal na medida em que aprofundamos o conhecimento que temos de nós mesmos, quem se apresenta desafiando a inteligência sabe que a questão é desenvolver-se, não apenas existir, como diz Tobias Barreto; eu penso que com o ideal vamos além da existência, pois caminhamos para a morte e queremos a vida em sua plenitude, antropologicamente resolvemos as contradições que inquietam, uma vez que avivamos o espírito questionamos o entendimento.
A compreensão é um querer mais que não se contenta nem se satisfaz com o aperto de mão, o abraço tem que ser forte porque o sorriso é largo; o consenso ou o conflito ficou para a satisfação, o contentamento amesquinha o pensamento, não se trata somente de uma limitação, trata-se de uma incapacidade (de resolver o problema).
No limite, o consenso iguala e o conflito diferencia, o que dá no mesmo e é muito pouco quando sondamos as profundezas para compreender a alma como uma reserva de energia que se acumulou com o tempo para fazer a história com as forças que foram investidas na luta pelo direito; sentimos o corpo trespassado pela vontade que veio de priscas eras misturando o afeto à terra, o sofrimento que vencemos e a verdade que experimentamos misturou-se no sangue para integrar o patrimônio genético.
O indivíduo que se assinala destacando a espécie acentua o gênio que fala para ser entendido, lutamos com o ideal para conquistar o mundo, deter-se no consenso ou no conflito para destacar o fato de uma incompreensão inarredável não é somente falso; a pretensão é ilusória e convém a um idealismo tão baixo que a mediocridade vivida pelo comum das gentes se confunde com estreiteza das criaturas marcadas pela infelicidade, elas terminam dando as costas ao ideal compreendido como Nietzsche o compreendia, estou falando do direito que constitui a personalidade e se compreende no fundamento de toda a humanidade.