E se das reuniões de quinta-feira à noite dos mitômanos anônimos, surgisse a ideia de um subgrupo. Waldir Estrela, egresso do Empretec 45ª turma, montaria ali na hora do intervalo mesmo a lista de interessados. Seria iniciado já na semana seguinte o primeiro Mitotec (ou Empremito, eles saberiam nomear melhor do que eu). Puta sacada. A estrutura seria igualzinha, 6 dias de imersão com 60 horas de atividades práticas que capacitam o candidato a startar e pôr no mundo um negócio de sucesso. As dores também seriam as mesmas dos mais de 2085 empretecos que já participaram dos seminários realizados há mais de 27 anos no Brasil e no mundo; ao empreendedor iniciante o que falta é credibilidade do mercado. O grupo entenderia de falta de credibilidade. Adianto aqui, mesmo que nenhum de vocês tenha interesse em fazer parte da próxima turma, as 10 características de um vencedor no mundo dos negócios. O empreendedor de sucesso corre riscos calculados, persiste, é comprometido com a ideia, pesquisa e busca informações pra mantê-la de pé, a monitora sistematicamente, carrega consigo o poder da persuasão, é autoconfiante, tem repertório, testa hipóteses e por fim, o mais importante, é criativo. Os de quinta-feira cheios de vantagens já de saída. Montariam negócios eles todos. Waldir Estrela se disporia a facilitar a imersão, naturalmente.
Lelê, há sempre uma Lelê, se candidataria para apresentar primeiro. A empresa dela se chamaria Arroz de Festa. Sabe quando você vai fazer um aniversário (um casamento, uma palestra, um velório) e dá aquele medo gigante de não aparecer ninguém? Ou pior, de aparecer bem pouquinha gente e você ficar com vergonha de quem apareceu sentir pena da sua baixa popularidade? Deixa eu explicar melhor. Sabe quando você se imagina no lançamento do seu livro sentado sozinho na mesa de uma livraria, o vinho branco que já é ruim e agora também é quente porque você mandou o garçom servir as taças antes da fila se formar, você com a caneta na mão, as taças suadas numa bandeja horrorosa, porque não tem fila nenhuma, uma pilha de livros que vai sobrar, aí aponta na porta um ex (chefe, ou amigo, ou marido), você tenta fugir, mas ele já te viu perdedora e solitária, faz um “cadê todo mundo?” com a mão, aí aparece o dono da livraria dizendo na frente dele que fecham em meia hora e que só veio esse cara e que você vai ter que pagar por pelo menos 20 exemplares? Pronto. É pra esse tipo de evento que se contrata a Arroz de Festa. Um casting com os tipos mais variados, Lelê se empolgaria contando. Quer gente bonita? Tem. Gente normal, até meio feia? Tem também. Velha, nova, sabida, esquisita, com roupa de academia, camisa da seleção (sei lá, você que manda), fedida, cheirosa, joiada. Tem de um tudo. Seriam também diversos os serviços. Quer que eles conversem com os outros convidados? Pode ser. Que fiquem mais pra caladinhos, só fazendo volume? Problema nenhum. E se o povo de verdade chegar, ficar lotado demais? Eles vão embora. Se tiver dúvida se vai precisar ou não? Eles ficam dentro de uma Van, na esquina do evento. Custaria caro. Mas foca no ex. Vale ou não vale? Quem precisar, escreve que compartilho o contato Lelê Cris. Não, brincadeira. Conheço nenhuma Lelê. Só pensando alto aqui.