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Ronco: os riscos para a saúde e os truques para parar, de acordo com especialistas

Ronco não atrapalha apenas a parceira, também faz mal à saúde — Foto: Pexels

Um dos principais responsáveis pelo divórcio do sono — prática cada vez mais comum que leva casais a dormirem em quartos separados — o ronco é talvez o hábito mais irritante para qualquer parceiro. Embora a maior parte das reclamações venha de quem dorme ao lado de quem ronca, não se trata apenas de um “incômodo benigno”. O ronco pode reduzir a qualidade do sono, provocar múltiplos despertares durante a noite e ainda indicar uma condição mais grave chamada apneia do sono.

O ronco ocorre quando as vias aéreas superiores se estreitam demais, causando fluxo de ar turbulento. Isso, por sua vez, faz vibrar os tecidos circundantes, produzindo ruído.

— O ronco é uma manifestação sonora de que a via aérea tem algum grau de obstrução e, portanto, indica que alguma coisa que não vai acontecendo bem. Todo ronco que acontece com frequência, merece uma investigação — diz o otorrinolaringologista com atuação em Medicina do Sono, George do Lago Pinheiro, membro da Associação Brasileira do Sono (ABS).

Praticamente todos os adultos roncam ocasionalmente e cerca de 60% das pessoas o fazem com frequência. Os homens são mais afetados que as mulheres, ao menos até a meia idade. Nessa fase da vida, a prevalência do ronco é muito maior nos homens porque os hormônios femininos exercem um efeito protetor. No entanto, as alterações hormonais decorrentes da menopausa causam mudam esse cenário e aumentam a probabilidade de as mulheres roncarem também. Mas até crianças podem roncar.

O barulho pode ser causado por uma série de fatores, incluindo alergias, envelhecimento, resfriado, excesso de peso, alterações anatômicas na garganta ou no nariz, como desvio de septo, entre outros.

— Todo mundo acha que o ronco é só uma coisa socialmente desagradável, que não tem impacto para saúde, mas ele pode ter — diz Gustavo Moreira, especialista em medicina do sono, no Instituto do Sono.

Um estudo publicado recentemente pela Mayo Clinic descobriu que as pessoas que roncam têm a saúde cerebral diminuída e podem correr maior risco de desenvolver Alzheimer. Além disso, especialistas na Suécia descobriram que a falta de oxigênio que os roncadores e apneia do sono sentem pode estar associada a uma maior chance de desenvolver câncer.

Por isso, identificar a origem do ronco é fundamental para tomar medidas adequadas para atenuar o barulho noturno. Isso inclui não beber álcool à noite, mudar a posição de dormir, evitar medicamentos que induzem o ronco, tratar as causas da congestão nasal e até mesmo recorrer a cirurgias – em casos de desvio de septo ou amígdala hipertrófica – ou ao uso de aparelhos para dormir.

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