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Integrantes do Maracatu Pé Rachado fazem intercâmbio cultural com Maracatu Ventos de Ouro da Bahia

Três integrantes do grupo Maracatu Pé Rachado fizeram as malas levando muita sede de conhecimento, seus instrumentos e a vontade de viver outra cultura, e assim, ter a oportunidade de trazer para o Acre toda essa vivência.

Através do edital de intercâmbio cultural MINC nº 1, de 5 de outubro de 2023, Sandra Buh, Gigliane Oliveira e Guta Rio foram recebidos pelo grupo de Maracatu Ventos de Ouro, em Salvador, na Bahia, na semana passada. A troca de experiência e saberes se estende até esta terça-feira, 6.

O edital disponibiliza recursos financeiros com vistas a indenizar despesas de deslocamento, permanência e participação de agentes culturais, para apresentação de trabalho próprio, em eventos, festivais, feiras de negócios e outras atividades culturais, no Brasil e no exterior, que promovam o intercâmbio e a difusão de temas e expressões transversais que – por sua sazonalidade, peculiaridade, transversalidade ou ineditismo – não possuam locus institucional claramente definido no âmbito do Ministério da Cultura.

O grupo Maracatu Pé Rachado foi criado em 2017 em Rio Branco Acre pela Mestra Vanessa França que, através da aquisição dos instrumentos, realizou oficinas de Maracatu para difundir esta cultura no Acre. Hoje o grupo ensaia na escola de música do Acre e conta com mais de 20 integrantes.

“Aqui em Salvador os tambores soam diferente, é muito forte a energia, os tambores realmente ecoam um grito de resistência e de muita história, estou realizando um sonho de tocar maracatu bem pertinho de sua raiz, ventos de ouro é filho da nação do maracatu Porto Rico, então eles seguem a tradição e tem esse compromisso de trazer a raiz do maracatu que é a religiosidade. E quem não é da religião, tem que ter o mesmo respeito”, disse Guta Rio, do maracatu Pé Rachado.

Para Ariade Ramos, do Maracatu Ventos de Ouro, receber batuqueiros do Maracatu Pé Rachado foi uma experiência única “Uma oportunidade ímpar para ambas as partes, aqui em Salvador a gente não tem tão forte a cultura do maracatu. Temos 8 anos e tivemos uma relação direta entre Pernambuco e Bahia. Mas quando a gente recebe um grupo de outro estado, do Norte, a gente entende o quanto essa raiz do baque virado, da cultura Afro, está espalhada, se comunicando e potente. Nossas cores são similares e isso também cria uma conexão”.

 Maracatu Ventos de Ouro

O Maracatu Ventos de Ouro é um grupo feminino de Maracatu de Baque Virado da cidade de Salvador. Foi idealizado por Josy Garcia e Cau Gonçalves em 2016. Ventos de Ouro foi o nome dado ao grupo pelas suas fundadoras, e ganha um sentido poético: “ventania de ouro”. O nome faz referência às yabás Iansã e Oxum [divindades iorubas], por isso ventos e ouro.

O grupo foi constituído como uma entidade feminina com o objetivo de preservar e divulgar a cultura negra, mantendo um diálogo cultural constante com o continente africano por meio dos instrumentos, dos cânticos, dos toques e da corporeidade, visando o fortalecimento individual e coletivo das mulheres na sociedade.

 

 

 

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