Alimento típico da Amazônia, o tacacá pode se tornar patrimônio cultural do Brasil. Com isso, tacacazeiras de todo o Acre poderão ter o ofício de preparo da iguaria registrado e protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A iniciativa é do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará (Sacaca/Ufopa), que esteve no Amazonas, neste final de semana, para dar início às pesquisas sobre o tema.
Em breve, o Acre e demais estados da Amazônia também receberão a visita dos pesquisadores, que orientarão sobre o processo de registro do ofício junto ao Iphan. Eles ouvirão as detentoras para, juntos, pensarem estratégias de pesquisa e acompanhamento.
A ideia é valorizar o modo de fazer, servir e vender o alimento, que tem em seu ingredientes, além de subprodutos da macaxeira e ervas, muita tradição e saberes especiais. Isso sem contar a importância econômica para as famílias que comercializam o tacacá.
“Quando um bem, seja ele material ou imaterial, é registrado, ele oficialmente passa a ser protegido. Um esforço é direcionado para que ele possa continuar a ser passado de geração a geração, com uma política voltada para aquela atividade”, disse a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro.
Entre os pontos discutidos no encontro-piloto realizado no Amazonas estão as dificuldades enfrentadas por quem vende o tacacá, como o preço dos ingredientes, as mudanças climáticas e a falta de garantia de direitos trabalhistas e previdenciários para as tacacazeiras.