Mães, pais e filhos de santo participam, nesta sexta-feira, 2, do cortejo para Iemanjá, que acontece, tradicionalmente, há 14 anos. O evento é realizado em Rio Branco pela casa de santo Ilé Asé Yemonjá Sobá, a única da cidade a promover evento público dessa natureza, segundo a mãe de santo Claúdia Moreira.
A concentração começa às 16h, em frente ao Memorial dos Autonomistas, no Centro. Lá, os adeptos da umbanda, candomblé e das religiões afro-brasileiras tocarão afoxé, ritmo musical de influência africana, e depois descerão pela Avenida Getúlio Vargas até a beira do Rio Acre para mais programação de louvor à rainha das águas.
É nas margens do rio que acontece o momento mais esperado, quando pais e filhos de santo soltarão, no manancial, os balaios contendo presentes para a mãe de todos os oris, como Iemanjá é conhecida. Defumação, água de cheiro, cantos e rodas de capoeira e de samba completam a programação.
A Mãe Claúdia explica a importância de Iemanjá para os povos de terreiro: “Ela é a grande mãe, a dona dos nossos oris. É a senhora que cuida de nossas cabeças e não pode faltar nos cortejos”, afirma a mãe de santo, que todos os anos precisa lidar com o preconceito na hora de ir às ruas manifestar sua fé.
“Precisamos desmitificar esse mito de que candomblecistas e umbandistas são do demônio. Nossa religião não é esse bicho de sete cabeças que muitos pintam. Ela é bonita, de paz, união e conhecimento. Por isso, a gente não quer ser tolerado, a gente quer ser respeitado”, pontua Moreira.
No evento, o povo de terreiro estará vestido com adereços que remetem a seus orixás para, segundo Moreira, mostrar a vivência de terreiro nas ruas de Rio Branco. “Queremos levar um pouco da nossa cultura para quem não conhece ou é simpatizante. É tudo muito bonito”, adianta.
Durante as festividades na beira do rio, o Corpo de Bombeiros estará no local para garantir a segurança de todos os fieis.