Um erro cometido pelo judiciário do Estado do Ceará, resultou em cinco dias de prisão para o acreano Francilício dos Santos Nogueira, de 48 anos.
O caso ocorreu no início de janeiro, deste ano, quando a vítima foi confundida com o condenado por estupro de vulnerável Francilucio de Lima Silva. Pela similaridade entre os nomes, o acreano se viu em questão de horas em uma penitenciária, sem nunca ter cometido qualquer crime.
O equívoco veio à tona após a 12ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza autorizar o alvará de soltura. No documento, estava esclarecido que os nomes tinham similaridade e que tudo não passava de um erro.
À GAZETA, Francilício afirmou que o delegado e os policiais que o prenderam não lhe deram a oportunidade de se defender e contar a sua versão dos fatos.
“Eu achei que era uma pegadinha. Os policiais me explicaram que tinham um mandado de prisão lá de Fortaleza e já me colocaram rendido no chão com as mãos na cabeça. Toda a vizinhança viu a minha imagem ser denegrida, foi muito constrangedor. E quem me conhece sabe que sou o inverso de toda essa acusação, eu cuido de pessoas e sou incapaz de ferir alguém’’, desabafou.
Morador do município de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, a vítima afirma que nunca esteve no Ceará e que reside no estado gaúcho há quase 20 anos. “Tenho descendência indígena e vim para o Sul trabalhar com terapias e benzeduras, que aprendi com meu povo. Também faço serviços de jardinagem e pequenas reformas. E, do nada, me vi preso nas mesma cela que criminosos”, salientou.
O constrangimento vivido por Francilício, durante os cinco dias de prisão, lhe deixaram marcas profundas além de inúmeros prejuízos.
“Estou fazendo tratamento psicológico para conseguir me restabelecer. É uma insegurança muito grande, pois até os atendimentos das terapias diminuíram drasticamente. Tenho recebido ajuda dos pais da minha esposa para sobreviver”, disse.
Prejudicado em vários aspectos, o acreano explica que irá buscar seus direitos na justiça. “Quero que os culpados ganhem no mínimo um presta atenção, pois o que fizeram comigo, injustamente, foi muito grave. Até nas redes sociais tenho sido atacado e a advogada já está juntando tudo isso no processo. Eu quero que a justiça seja feita”.
Por Walace Gomes – Estagiário em supervisão