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Após morte de idosa que teve casa invadida por PMs, MPAC abre investigação; veja relato da filha sobre ação da polícia

Maria José era tia do goleiro Weverton (Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC), por meio da Promotoria Especializada do Controle Externo da Atividade Policial, instaurou uma notícia de fato criminal para apurar a suposta invasão de policiais militares à casa da idosa Maria José Pereira, 67 anos, no último dia 8.

A idosa foi internada após o episódio e morreu no dia 13 de fevereiro no Pronto Socorro de Rio Branco. A família relatou que, mesmo sem mandado judicial, os PMs teriam invadido a casa, jogado spray de pimenta em Maria José, que tinha problemas cardíacos, e também contra crianças que estavam no local. Ela era tia do goleiro do Palmeiras, acreano Weverton.

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No decorrer da investigação, o MP-AC requisitou imagens de câmeras de segurança instaladas na região e ouviu familiares. Uma equipe do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) auxilia o trabalho de apuração que está em andamento.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, uma das filhas de Maria José, disse que a polícia chegou na casa da idosa perguntando por um filho dela e dizendo que ele tinha cometido um furto dias atrás. No entanto, segundo a família, o rapaz está preso há dois anos.

“Eu tinha acabado de sair de casa. Minha sobrinha me ligou dizendo que a polícia estava lá a procura do meu irmão, que está preso há dois anos, e a polícia dizia que ele tinha cometido um furto dias antes. A minha irmã se recusou a dar o nome do meu irmão, porque não sabia pra que era. Como meu irmão preso está sendo acusado de um furto? Nisso começou a confusão, minha mãe começou a passar mal e deu o nome completo do meu irmão e eles acharam que elas estavam mentindo. Disseram que elas não precisavam se preocupar que já eram acostumados a lidar com gente ‘vagabunda’ como nós. Acreditavam que a gente estava escondendo ele lá em casa. Fui para casa e já comecei a gravar toda a ação. Quero ressaltar que a todo momento só tinham mulheres na casa”, relatou.

A filha diz ainda que quando percebeu que a mãe estava passando mal, avisou para o policial, que disse que não era médico e que não podia fazer nada.

“Disse para eu ligar para o Samu, que não podia fazer nada. Se recusou a fazer os primeiros socorros. A todo momento eles xingavam a gente, chamando de vagabunda. Foi confusão, a situação foi se agravando. O mínimo que ele tinha que ter era respeito por uma idosa que tinha uma histórico péssimo de saúde. Quero ressaltar que antes de toda confusão minha mãe estava bem, tomava os remédios dela. Toda confusão foi causada por eles, pela forma que eles chegaram. Que tipo de policiais são eles que foram atrás de uma pessoa que já estava presa”, disse.

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