Um homem foi preso nesta quinta-feira, 29, em Fortaleza (CE), sob suspeita de ajudar os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Desde o início das buscas pelos detentos, seis pessoas já foram presas.
Investigadores disseram que o homem seria um “parceiro forte” dos fugitivos, mas não quiseram especificar qual ajuda exatamente estaria prestando. A polícia suspeita que os dois fugitivos continuam recebendo ajuda do lado de fora do presídio. Um indício seria o fato de não ter sido registrada nova movimentação deles na região.
Policiais dizem acreditar que eles ainda estejam no Rio Grande do Norte, e as buscas se intensificaram na divisa do estado com o Ceará.
A procura pelos dois detentos completa 16 dias nesta quinta.
Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu; e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho —segundo as investigações, eles são ligados à facção criminosa Comando Vermelho.
Entre os detidos, dois homens foram presos em flagrante com armas e drogas, enquanto um terceiro tinha um mandado de prisão em seu nome e foi preso pela Polícia Federal em Quixabeirinha, em Mossoró. As prisões ocorreram entre quarta-feira (21) e quinta-feira (22).
Já o mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, 38, dono do terreno onde os dois fugitivos ficaram escondidos por quase oito dias, foi preso na segunda-feira (27). Segundo investigadores, ele recebeu cerca de R$ 5.000 para que os fugitivos ficassem no local.
Foi preso também o irmão de um dos fugitivos durante a procura. De acordo com as autoridades, o homem tem condenação por roubo e participação em organização criminosa e estava com mandado de prisão em aberto.
Cerca de 600 policiais estão envolvidos nas operações, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones são usados nas buscas.
A área de ação envolve cavernas e matas, locais com grande incidência de animais peçonhentos e chuvas frequentes, o que tem desafiado as equipes. A região de Mossoró conta com mais de 300 cavernas e grutas mapeadas, que podem acomodar apenas uma pessoa e até serem aptas a ampla exploração.
As buscas pelos fugitivos continuam afetando a rotina nas comunidades rurais. Por orientação de policiais, desde que os detentos escaparam da prisão os moradores se recolhem ao anoitecer e mantêm as casas trancadas.
A população relata que a polícia está fazendo visitas domiciliares e entregando cartazes com as imagens dos fugitivos acompanhadas de números de telefone para denúncias. A polícia oferece recompensa de R$ 15 mil para cada fugitivo.
A Folha de São Paulo