Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) vão inspecionar o presídio de Mossoró nesta semana para identificar possíveis falhas de segurança na unidade de segurança máxima onde dois detentos fugiram na última quarta-feira.
O MPF atua no inquérito da Polícia Federal (PF) aberto para apurar as circunstâncias da fuga que ocorreu na semana passada. O órgão escalou um procurador que trabalha em Mossoró, para quem o inquérito instaurado na semana passada pela PF foi distribuído.
Além do procurador responsável pelo caso, outros três procuradores vão realizar a inspeção na unidade prisional. Todos eles fazem parte de ofícios especiais de inspeção e vistoria da penitenciaria federal de Mossoró.
No ano, a então procuradora-geral interina Elizeta Maria de Paiva Ramos para fortalecer a atuação na área criou 15 ofícios especiais para fortalecer a atuação do órgão na área. Quatro deles estão destinados à Mossoró (RN).
Após a vistoria, os procuradores devem propor mudanças a serem adotadas para que novas fugas não ocorram. Esta foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal brasileiro.
Conforme publicado pela coluna de Lauro Jardim, um relatório de inteligência produzido por autoridades policiais em maio de 2021, ainda no governo Bolsonaro, mostra que 124 câmeras de segurança estavam sem funcionar na unidade prisional de segurança máxima.
A cela dos detentos que fugiram já foi inspecionada pela PF. A análise dos procuradores vai ajudar a embasar a investigação das autoridades sobre o caso.
A inspeção foi pedido pelo colegiado da Procuradoria-Geral da República (PGR) que coordena a atuação de procuradores que atuam no controle da atividade policial e sistema prisional.
“Ainda no dia 14, o colegiado solicitou informações aos procuradoes responsáveis, acerca das medidas adotadas no âmbito judicial e extrajudicial para apuração das falhas ocorridas na garantia da segurança máxima da Penitenciária Federal de Mossoró (RN)”, escreveu a Procuradora-Geral da República em nota divulgada na semana passada.
A fuga
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento teriam escapado por uma abertura no teto das celas e a Polícia Federal apura se houve facilitação para a fuga.
Os dois teriam escapado por volta das 3h, mas os policiais penais só perceberam a ausência dos presos duas horas depois. O presídio passava por uma reforma na divisão do pátio de banho de sol, e a PF apura se algum dos equipamentos da obra foi usado.
As buscas das autoridades contam com o apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar do Rio Grande do Norte. Deibson Cabral e Rogério da Silva seguem foragidos.
O Globo