Os presos acreanos Deibson Cabral, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 36 anos, que fugiram da Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró (RN) nessa quarta-feira, 14, têm históricos criminais que revelam uma trajetória marcada por brutalidade, violência e ameaças à segurança pública. É o que mostra os inquéritos que já foram abertos contra os dois no Acre.
Ambos os detentos são vinculados a uma facção criminosa oriunda do Rio de Janeiro, ativa no Acre, onde enfrenta conflitos sangrentos com outras organizações criminosas rivais pelo controle do tráfico de drogas.
Deibson já havia fugido e tentado fugir outras vezes da cadeia. É tido como um criminoso de “alta periculosidade”. Em pedidos de habeas corpus protocolados pela defesa dele no Superior Tribunal de Justiça (STJ), consta nos processos que os recursos foram indeferidos justamente com base em decisões anteriores já tomadas na esfera estadual, e que também embasavam a solicitação de transferência dele para o complexo de segurança máxima.
“Deibson Cabral Nascimento (também conhecido como Tatu ou Deisinho) é considerado de alta periculosidade em virtude de seu comportamento carcerário indisciplinado, por ter empreendido e ter tentado empreender fugas, dentre outras ocorrências internas. Na época em que foi transferido para o sistema penitenciário federal estava arquitetando a execução de alguns policiais militares aqui no Estado”, argumentou o Tribunal de Justiça do Acre, em entendimento também reproduzido pelo STJ.
O documento acrescenta ainda que Deibson e outros suspeitos citados no mesmo processo “exerciam grande influência, de forma muito negativa, no comando das organizações criminosas que se alastram neste Estado (Acre), utilizando-se de suas esposas para poderem repassar ordens e orientações para sua facção criminosa”. Diz ainda o relatório que “na época em que foi transferido para o sistema penitenciário federal, Deibson estava arquitetando a execução de alguns policiais militares”.
Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, por sua vez, também é citado como um criminoso “extremamente frio”. Seu perfil violento é evidenciado na pele. Em fotos que constam nos registros penitenciários, é possível notar que ele exibe uma suástica tatuada em uma das mãos, simbolizando uma ligação com ideologias extremistas.
Em um dos registros que constam contra ele na Justiça, há o assassinato de um adolescente de 16 anos. Outros dois também respondem pelo crime. Taylon Silva dos Santos foi morto com um tiro na cabeça em abril de 2021. A ordem teria partido de dentro da cadeia. O motivo — considerado torpe — teria sido o fato de o garoto ter ofendido um dos membros da facção criminosa, preso ao lado de Rogério. Ele também é conhecido como Querubim, Chapa ou Cabeça de Martelo.
No ano passado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre divulgou que Rogério e Deibson estavam entre os presos que participaram de uma rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Durante a ação, cinco detentos foram executados com requintes de crueldade, com decapitações e esquartejamentos.
Ambos possuem ficha criminal extensa e processos que correm sob sigilo na Justiça.
Com informações O Globo