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Suspeito de ter ajudado fugitivos de presídio de Mossoró diz ser inocente

Deibson Tatu e Rogério estão foragidos há 3 dias

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte decide na segunda-feira, 26, se converte em preventiva a prisão temporária de Jânio Gleidson Carneiro Sousa, 22, suspeito de ter prestado ajuda a Deibson Cabral Nascimento, 25, e Rogério Mendonça da Silva, 35, foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró.

A dupla é caçada por 600 policiais desde o último dia 14, quando escapou da unidade federal, já chamada pelos mossoroenses de “segurança mínima”. Até a conclusão deste texto, as forças policiais desconheciam os paradeiros de Deibson e Rogério, integrantes do CV (Comando Vermelho). A Polícia Federal oferece recompensa de R$ 15 mil por informações sobre cada um dos fugitivos.

Jânio foi preso por policiais federais no último dia 21, em Mossoró, e indiciado pelos crimes de favorecimento real (prestar ajuda a criminosos) e associação à organização criminosa. Outras duas pessoas também foram presas. Segundo a PF, o inquérito policial corre em segredo de Justiça.

Sergimar Oliveira e Pablo Paiva, advogados de Jânio, disseram que o cliente alegou inocência e sustentou não ter prestado qualquer tipo de ajuda aos dois criminosos fugitivos do presídio de Mossoró (leia abaixo).

A reportagem apurou que a PF rastreou as ERBs (Estações de Rádio Base) – antenas aos quais os telefones celulares se comunicam – próximas à divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará e chegou ao número do aparelho de Jânio. A prisão temporária de cinco dias decretada contra ele vence na segunda-feira (26).

A PF descobriu que no dia 19, cinco dias após a fuga da dupla do CV, a primeira registrada em presídio federal, Jânio viajou com seu Fiat Palio de Mossoró para o município cearense de Quixeré. Depois retornou com outro carro para a cidade potiguar de Baraúna. A distância entre os dois municípios é de 50 km.

A suspeita da PF é a de que em Baraúna Jânio teria ajudado Deibson e Rogério a fugir. O rastreamento das ERBs também ajudou os agentes a chegar a um número de telefone em Quixeré. No endereço cadastrado, foi cumprido mandado de busca e apreensão. Uma mulher foi presa.

Celulares rastreados

Há informações, porém, que o alvo era o marido dela, que não foi localizado. Já um celular rastreado pela PF foi roubado por Deibson e Rogério durante invasão à residência de um casal, localizada a três quilômetros do presídio de Mossoró.

A PF não deu detalhes sobre as investigações. Mas fontes policiais ouvidas pela reportagem acreditam que os rastreamentos das ERBs podem ter mostrado que os aparelhos utilizados por Jânio e pela dupla de foragidos estavam na mesma região e no mesmo horário.

Os agentes apuraram que os foragidos fizeram duas ligações: telefonaram para uma cidade no Ceará com código 88, coincidentemente o mesmo do município de Quixeré, onde a mulher acabou presa. E também ligaram para o código 21, na cidade do Rio de Janeiro, base do Comando Vermelho.

Segundo os advogados Sergimar Oliveira e Pablo Paiva, o cliente alegou que viajava com frequência para a região de Quixeré, onde visitava os familiares. Jânio negou aos defensores que tenha colaborado com os fugitivos e acrescentou que não os conhecia.

Os defensores afirmaram que Jânio não tem antecedente criminal, nunca havia pisado em uma delegacia e muito menos em uma penitenciária federal. Após passar por audiência de custódia, na manhã do último dia 22, ele foi conduzido para a Cadeia Pública de Mossoró.

UOL

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