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Da Redação

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Se alguém disse que não existe o aquecimento global porque a temperatura não aumentou, peça para ler este artigo

Sem mitigação dos fatores causadores, vamos enfrentar aumentos decadais de temperatura sem precedentes, com impactos severos na vida do planeta. Todos nós podemos fazer nossa parte individualmente e em grupo para tentar mitigar as mudanças climáticas e nos adaptar para os cenários mais extremos, na tentativa de sobrevivermos enquanto humanidade.

Da RedaçãoporDa Redação
14/02/2024
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*Por Márcio Ricardo, Matheus Araújo, Patrícia Mendes e  Erica Oliveira

O aquecimento global parou em 1998? Não. O aquecimento global não parou. Na verdade, ele está acontecendo e está aumentando. O ano de 1998 foi um ano anormalmente quente, mas isso foi causado por um fenômeno natural chamado El Niño¹. O El Niño é um evento climático que ocorre em intervalos  de tempo imprevisíveis, quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial ficam mais quentes do que o normal².

As temperaturas registradas mostram que após 1998, as médias foram mais altas em 2005, 2010, 2013, 2019 e 2023³. A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) afirma que setembro de 2023 foi o mês mais quente  já registrado, com uma temperatura média global de 16,38°C e 0,93°C acima da média para o mesmo mês de 1991 a 2020*4 . Evidências do quanto a interferência humana está favorecendo o aumento da temperatura na Terra estão indicadas no último  relatório do IPCC*5 que afirmou que “o aquecimento global induzido pela humanidade, de 1,1°C, desencadeou mudanças no clima do planeta sem precedentes na história recente”.

O Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, notou que o evento “El Niño ainda está se desenvolvendo”6 em 2023. Isso é preocupante, pois significa que podemos experimentar um aumento ainda maior na temperatura global neste ano de 2024. O aquecimento é uma consequência de vários fatores, dos quais a combinação de um El Niño e o aumento na concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera são os principais. A atividade humana está diretamente ligada ao aumento de gases de efeito estufa, como o uso de carvão, petróleo e gás, além  do desmatamento e queimadas que corrobora a cada ano para o aumento dos índices de gases poluentes e de dióxido de carbono na atmosfera.

De acordo com a organização não governamental WWF*7, o ano de 2023 já testemunhou o terceiro maior número de focos de queimadas da última década na Amazônia, ficando atrás somente dos anos de 2016 e 2019. Também no Pantanal, durante o mês de junho de 2023, foram registrados mais de 3 mil focos de incêndio, um dado que corresponde a 61% de todos os focos desse ano na região e desempenha um papel relevante no aumento das temperaturas*8.

Entretanto, levando em consideração a escala de tempo e a tendência de aumentos e variações de temperatura, a figura abaixo retrata que houve períodos de anos ou até mais de uma década em que a temperatura global não aumentava significativamente. Porém, considerando todos os período desde 1970 a 2020 é possível observar que houve aumento significativo da temperatura e, provavelmente, a mesma coisa pode acontecer depois de 2024, com temperaturas menos altas até o próximo El Niño. Em outras palavras, as mudanças ficam visíveis na escala de décadas e não necessariamente de ano em ano.

 

Se alguém disse que não existe o aquecimento global porque a temperatura não aumentou, peça para ler este artigo
Fonte: Skeptical Science, 2023*9 Linhas azuis são períodos de anos (até mais de uma década) onde a média global da temperatura do ar não subiu significativamente. A linha vermelha mostra o aumento da temperatura na escala de décadas.

A OMM destaca que o ano de 2022 foi o 8º ano consecutivo em que as temperaturas atingiram 1°C acima dos níveis pré-industriais101*10. No entanto, devido ao resfriamento ocasionado pelo fenômeno La Niña, que é o oposto do El Niño, 2022 não foi o ano mais quente registrado, porém é o quinto ou sexto mais quente da história recente. Trazendo essa realidade para a Amazônia, observa-se que a sociedade  amazônica é uma das mais afetadas pelas mudanças climáticas¹¹.  O aumento e a variação da temperatura, assim como outros fatores associados, têm contribuido para uma série de problemas, incluindo secas severas em rios e igarapés, morte de peixes, botos e outros animais e grandes  perturbações no clima¹².

Em 2023, esses problemas já foram visíveis; o mês de agosto foi o mais seco já registrado na Amazônia, e já afetou milhares de pessoas¹³. Negacionistas usam a variabilidade interanual para tentar desaprovar o aquecimento global, com o argumento de que “A temperatura global não subiu por alguns anos, portanto aquecimento global não existe”, que não é o caso*14.

Se alguém disse que não existe o aquecimento global porque a temperatura não aumentou, peça para ler este artigo
Fonte: Marengo et.al., 2018*15

O gráfico de Marengo e colaboradores*15 evidencia a variação da temperatura na Amazônia. É notório como a temperatura pode baixar durante vários anos depois de um El Niño, mas a tendência decadal é aumentar. Uma  interpretação limitada pode concluir que não houve aquecimento global ou que o aquecimento parou*14. Levando em consideração os 50 anos desde 1970 a  2019 é possível observar, porém, que houve aumento significativo da temperatura.

Houve períodos de anos ou até mais de uma década quando a temperatura global não aumentava significativamente  e provavelmente a mesma coisa  pode acontecer depois de 2024. Talvez vamos ouvir negacionistas dizendo que a temperatura não subiu significativamente durante tantos anos. Peça para eles esperarem o próximo El Niño, se aguentarmos o calor.

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Enquanto isso existem algumas atividades que podemos fazer enquanto indivíduos, como se informar e informar os outros sobre a ameaça das mudanças climáticas, além de reduzir nossa pegada de carbono com pequenas mudanças no nosso dia-a-dia (transporte alternativo, alimentação orgânica, consumo consciente) e sensibilizando outras pessoas a fazerem o mesmo. Além disso, enquanto sociedade podemos pressionar os nossos líderes a implementar o compromisso assumido na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudançado Clima [UNFCCC] e a mobilizar recursos para ajudar os países em desenvolvimento, no contexto das ações de mitigação significativas.

A transparência na implementação de políticas afirmativas é essencial além de operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima16 o mais cedo possível. Sem mitigação dos fatores causadores, vamos enfrentar aumentos decadais de temperatura sem precedentes, com impactos severos na vida do planeta. Todos nós podemos fazer nossa parte individualmente e em grupo para tentar mitigar as mudanças climáticas e nos adaptar para os cenários mais extremos, na tentativa de sobrevivermos enquanto humanidade. É importante lembrar que o planeta já passou por muita coisa antes e irá passar por muita coisa depois, mas sem uma mudança urgente de atitude, talvez nós não estejamos mais presente para ver.

*Por Márcio Ricardo, Matheus Araújo, Patrícia Mendes e  Erica Oliveira, produto da disciplina de Comunicação em Pesquisa Científica, Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal do Acre (UFAC).

 

Referências

¹ El Niño é a fase quente de uma grande oscilação acoplada oceano-atmosfera no Oceano Pacífico tropical, denominada em conjunto El Niño-Oscilação Sul (ENOS). Nesta fase, a temperatura da superfície do mar (TSM) está acima do normal no Pacífico central e leste. (GRIMM et al.; El Niño, novamente! Rev. bras. meteorol. 30 (4) • Oct-Dec 2015).

² WITTENBERG, A. T et al. ENSO modulation: is it decadally predictable?, Journal of Climate v. 27, p. 2667- 2681, 2014.

³ Instituto Humanitas Unisinos. Os últimos 5 anos foram os mais quentes do Antropoceno. Fevereiro, 2019. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/586721-os-ultimos-5-anos-foram-os-mais- quentes-do-antropoceno. Acesso em: 01/12/2023.

4 CNN. Iazbek, P.; 2023 será o ano mais quente da história, diz relatório. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2023-sera-o-ano-mais-quente-da- historia-diz-relatorio/ Acesso em: 01/12/2023.

5 WRI. 10 conclusões do Relatório do IPCC sobre Mudanças Climáticas de 2023. Disponível em: https://www.wribrasil.org.br/noticias/10-conclusoes-do-relatorio-do- ipcc-sobre-mudancas-climaticas-de- 2023#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20IPCC,adaptar%20às%20mudança s%20no%20clima. Acesso em: 01/12/2023.

6 UOL. Setembro bate recorde de calor, e 2023 deve ser ano mais quente, diz ONU. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/10/05/setembro-bate-recorde- de-calor-e-2023-deve-ser-ano-mais-quente-diz-onu.htm#:~:text=O%20que%20é%20especialmente%20preocupante,geral%20da%20OMM%2C%20Petteri%20Taalas. Acesso em: 01/12/2023.

7 WWF. Com 22 mil focos de queimadas, Amazônia tem o pior outubro em 15 anos. Disponível em: https://www.wwf.org.br/?87182/Com-22-mil-focos-de-queimadas- Amazonia-tem-o-pior-mes-de-outubro-em-15-anos. Acesso em: 01/12/2023.

8 GLOBO. Focos de incêndios no Pantanal avançam e área destruída ultrapassa um milhão de hectares. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal- nacional/noticia/2023/11/16/focos-de-incendios-no-pantanal-avancam-e-area- destruida-ultrapassa-um-milhao-de-hectares.ghtml Acesso em: 01/12/2023.

9 Skeptical  Science. Escalator 2022. Disponível em: https://skepticalscience.com/graphics.php?g=465. Acesso em: 01/12/2023.

10 ONU. Últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2023/01/1807962#:~:text=No%20ano%20passado%2 C%20a%20temperatura,acima%20dos%20níveis%20pré-industriais. Acesso em: 01/12/2023.

¹¹ Senado Federal. Amazônia sofre com devastação e extrema alteração climática. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/10/amazonia-sofre-com- devastacao-e-extrema-alteracao-climatica . Acesso em: 01/12/2023.

¹² WWF. Mortes de botos indicam agravamento da crise climática. Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/mortes-de-botos-indicam-agravamento-da-crise-climática-wwf- brasil . Acesso em: 01/12/2023.

¹³ GLOBO. Seca na Amazônia: entenda por que ela veio mais forte neste ano e como a população é prejudicada. Disponível  em: https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2023/09/28/seca-na-amazonia- entenda-porque-ela-veio-mais-forte-neste-ano-e-como-a-populacao-e- prejudicada.ghtml Acesso em: 01/12/2023.

14 NOBRE, P.; A variabilidade interanual do Atlântico tropical e sua influência no clima da América do Sul. Disponível em: http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/cliesp10a/clmse_pn.html Aceso em: 01/12/2023.

15 MARENGO, J. A. et al. Changes in Climate and Land Use Over the Amazon Region: Current and Future Variability and Trends. Front. Earth Sci., 21 December 2018.  Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/feart.2018.00228/full Acesso em: 01/12/2023.

16 Fundo Verde para o Clima. https://www.unep.org/pt-br/sobre-o-pnuma/financiamento-e-parcerias/parceiros-de-financiamento/fundo-verde-para-o-clima.  Acess em 28/12/2023.

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