Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Oficina de Projetista Junino atua no fortalecimento do movimento no Acre

Foto: Cedida

A Oficina de Projetista Junino teve início na quinta-feira, 29, no Centro Cultural Thaumaturgo Filho (Teatro Maués Melo) e contou com a participação de representantes de diversos grupos juninos da capital e interior.

Na oportunidade, o ministrante Anderson Nascimento, renomado projetista de temática junina no Nordeste, provocou os participantes a pensarem sobre a cultura junina desde sua criação, na França, até sua chegada ao Brasil e suas ramificações para os estados.

Para o projetista o importante é entender que ele não é uma voz da sabedoria, mas uma voz de vivência. “O que estou trazendo para esse público é a minha vivência, do meu estado e da região que eu atuo. Mas é tão bom entender que isso é construído junto, porque se tem uma coisa que eles podem esperar é que estamos construindo juntos. São narrativas diferentes que vão derivar em um outro produto, que é o produto que eles vão devolver ao São João”.

Anderson diz ainda que os saberes que os participantes já têm se somarão aos que ele entregará e assim irão criar uma perspectiva.

“Não vão criar a sabedoria que o Anderson trouxe, nem as que eles já tinham. Eles vão fazer o cruzamento de ideias, isso é o mais interessante nessa festa. A origem da própria quadrilha é entender que esse brinquedo é feito de cruzamento. É uma festa que não é brasileira, veio da Europa para o Brasil, é uma festa que não tinha uma música regional e nós adaptamos, inserimos forró, xaxado, ciranda e estamos o tempo inteiro adaptando. E o que estamos fazendo nesse seminário, hoje, é mais uma adaptação. É eles entenderem que a narrativa da voz eles também têm, que eles não são uma página em branco dessa história e que a gente está construindo um novo saber. Daqui, certamente, sairão outros espetáculos, outras visões de olhar de festa, avaliações sobre o que eles estão fazendo para o próximo São João”, pontua.

Em busca de fortalecer a cultura junina em seu município, a coordenadora da junina Coração de Maria, de Feijó (AC), Ajanine de Oliveira, diz ser gratificante ver que seu trabalho está começando a ser reconhecido.

“Eu vou poder levar para o meu município, a nossa junina trabalha dentro da igreja católica e tem muita coisa que somos restritos de fazer. A minha intenção é criar uma junina dentro do município, que tinha, mas acabou, mas quero resgatar essa cultura novamente”, pontua.

Quem esteve presente na abertura foi o presidente da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), Klowsbey Pereira, que destacou a importância do Fundo Municipal de Cultura dentro do município, pois fortalece a cultura junina.

“As leis de incentivo à cultura, que são duas federais [Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc], uma estadual e outra municipal. Isso está valorizando a cultura, inclusive, a comunitária, como a iniciativa que estamos trazendo hoje para o movimento junino”.

O objetivo da oficina, segundo o produtor cultural Cimar dos Santos, é orientar quadrilheiros a desenvolverem os temas de suas perspectivas juninas. Além disso, é uma oportunidade de aprimorar habilidades, compartilhar conhecimento e fortalecer o trabalho desenvolvido pelas juninas acreanas.

“Pretendo realizar ainda mais projetos como esse voltados em fazer crescer o movimento junino no estado como um todo. Sabemos que o trabalho das juninas ocorre o ano inteiro com a criação de temática, escolha de repertório, figurinos e adereços. E trocas de saberes como essa oportuniza a geração de ideias para que o produto final entregue, e prestigiado pelo público, tenha ainda mais qualidade”, afirma o produtor.

A oficina, que é financiada pela Prefeitura de Rio Branco, por meio do Fundo Municipal de Cultura da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), se encerra no próximo sábado, 02, com entrega de certificado aos participantes.

Sair da versão mobile