Um procurador do Ministério Público Federal (MPF) no Acre, dois superintendentes do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Ibama) e quatro servidores do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), feitos reféns na Terra Indígena Campinas/Katukina, nesta quarta-feira, 13, já foram liberados em segurança.
Eles foram mantidos no território, localizado a 80 quilômetros de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, contra suas vontades, por algumas horas, devido a um impasse sobre os benefícios pleiteados pelos indígenas com a construção de um linhão que liga a segunda maior cidade do estado à capital, Rio Branco.
A comitiva foi até a terra indígena, onde vive o povo Katukina, para ouvir as impressões da comunidade sobre as obras. Na ocasião, os indígenas teriam apresentado uma proposta de recebimento de R$ 100 mil por cada uma das 37 torres de energia que atravessa o território, totalizando quase R$ 4 milhões.
Além disso, eles teriam pedido R$ 500 mil em indenização pelas 10 árvores samaúmas que, segundo um indigenista local, serão derrubadas pelo empreendimento. Diante do impasse em relação aos valores, entre outras reclamações, os indígenas fecharam o acesso à aldeia, impedindo a saída da comitiva.
“O MPF mediou a situação, deu um prazo para a empresa responder aos pedidos, e, diante da decisão dos indígenas de paralisarem as obras até a solução das demandas, conseguiu também um prazo para que a empresa fizesse os serviços necessários à segurança das instalações parciais que já existem no local. Diante disso, a reunião foi encerrada e o acesso foi liberado”, informou a assessoria de imprensa do MPF.