As buscas pelos dois acreanos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, chega nesta quinta-feira, 14, a um mês. Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça foram os primeiros a escaparem de uma cadeia federal, sistema que existe desde 2006.
Os dois estão foragidos desde 14 de fevereiro, quando abriram passagem por um buraco atrás de uma luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que ocorria no local para escapar.
As buscas envolveram helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens, incluindo a Força Nacional e equipes de elite da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Na avaliação do coronel da reserva da PM José Vicente, ex-secretário nacional de Segurança Pública, a manutenção dessas equipes de busca de várias forças federais e estaduais é cara e “irracional”. O especialista defende que as autoridades deveriam ter focado no trabalho investigativo e suspendido, já na segunda semana, as buscas ostensivas nas zonas rurais de Mossoró e Baraúna, no Oeste potiguar.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski voltou a Mossoró nessa quarta-feira, 13, e afirmou que há fortes indícios de que a dupla segue na região. Ele diz ver “êxito” na mobilização, uma vez que os bandidos supostamente não deixaram o perímetro delimitado entre Mossoró e a divisa com o Ceará.
“Temos hoje convicção de que eles se encontram na região ainda. No dia 2 de março foram avistados. E no dia 12 de março (ontem) houve rastreamento positivo, que foi feito a partir da constatação de que cães de determinada casa ficaram bastante agitados”, afirmou Lewandoswki.
Segundo Lewandowski, os fugitivos estão recebendo ajuda externa e, por isso, ainda não foram capturados. O ministro deu a entender de que há uma rede criminosa de auxílio a Deibson e Rogério. Até o momento, sete pessoas foram presas acusadas de colaborar na fuga e os dois homens estariam recebendo roupas e alimentos.
Quem são os fugitivos?
Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos — três deles decapitados.
Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
Já Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.
Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que estava preso na unidade federal de Mossoró e foi transferido para Catanduvas, no Paraná.