O prefeito de Rio Branco Tião Bocalom realizou uma coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, 26, para prestar contas de seu trabalho em prol das vítimas da alagação, que afetou, direta e indiretamente, mais de 70 mil pessoas na capital.
Na ocasião, o gestor fez questão de dizer que não tirou fotografias dentro d’água e nem entregou, pessoalmente, sacolões para as milhares de famílias desabrigadas.
“Não sou demagogo e nem acho que eu deva fazer isso. O que eu devo é arrumar o dinheiro para comprar os produtos. Aí cada trabalhador que a gente tem na prefeitura vai lá e entrega. Mas, eu não”, disse.
Ele explica os motivos: “Não quero aproveitar aquele momento difícil das pessoas para olhar para a cara delas e dizer tipo assim: ‘olha, eu estou te dando sacolão, viu. Depois não esquece de mim, não'”.
“Não vou fazer isso nunca. Eu quero que o voto seja a coisa mais natural do mundo. Jamais vou pressionar alguém, porque tudo o que a gente faz na prefeitura é independente se o cara é eleitor de A ou B. Não interessa. É um ser humano que está ali precisando”, continua.
Prestação de contas
Segundo o prefeito, que é pré-candidato à reeleição, as despesas com a enchente ainda estão sendo levantadas e podem chegar a R$ 30 milhões em recursos próprios.
Parte desse dinheiro foi para a construção e manutenção dos abrigos no Parque de Exposições, por onde passaram mais de 3,5 mil pessoas. As últimas famílias deixaram o local no último sábado, 23.
As que não puderam voltar para onde moravam antes da enchente foram cadastradas no programa de aluguel social da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Sasdh). Além do parque, dez escolas também serviram como abrigo.
A prefeitura também dispôs de recursos oriundos do governo federal e prioriza parte importante da verba para a segunda etapa do socorro aos atingidos pelas águas, que é a assistência humanitária.
Coordenada pela Defesa Civil, essa fase consiste em entrega de alimentos e kits de higiene, além do mapeamento de áreas de risco para evitar perdas causadas por possíveis desmoronamentos, entre outras ações.
Mais números
– 5.300 toneladas de areia e lixo retirados dos 48 bairros afetados;
– 2.690 atendimentos de saúde e odontológicos nos abrigos;
– mais de 400 animais domésticos resgatados;
– 935 boxes construídos para as famílias desabrigadas;
– 235 boxes construídos para cachorros resgatados;