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MPF recomenda criação de GT para enfrentar os efeitos da alagação sobre comunidades indígenas no Acre

MPF recomenda criação de GT para enfrentar os efeitos da alagação sobre comunidades indígenas no Acre

(Foto: Cedida)

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao estado do Acre, à Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai), à Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi) e a outros órgãos públicos a criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar dos efeitos da alagação ocorrida neste ano no Acre sobre as comunidades indígenas do estado.

O GT deve ser instituído em, no máximo, 20 dias, sob a coordenação da Sepi, e ser organizado por eixos temáticos – infraestrutura, saneamento e segurança alimentar.

A recomendação também solicita que, no prazo de 60 dias, contados a partir da instituição do GT, seja apresentado um plano de trabalho, com as ações que serão realizadas em cada terra indígena e os órgãos responsáveis por sua execução.

O MPF pede que o GT conte com a participação das seguintes instituições: Sepi; Coordenação Regional da Funai Alto Purus (CR-APUR); Coordenação Regional da Funai do Juruá (CR-JUR); Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Purus (DSEI-ARP); Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Juruá (DSEI-ARJ); Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri); Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema); Secretaria de Estado da Saúde (Sesacre); Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre); Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan); Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Defesa Civil do Estado do Acre; Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH); Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre); Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (Amaaiac); e os Conselhos Distritais de Saúde Indígena (Condisi) do Purus e Juruá.

No final de fevereiro, o Acre sofreu com inundações causadas por fortes chuvas, o que levou a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional a reconhecer situação de emergência em diversas cidades, por meio da Portaria nº 622/2024, assinada pelo secretário da pasta.

A recomendação foi expedida após uma reunião com representantes de diversas instituições públicas, ocorrida no dia 5 deste mês, com o objetivo de discutir a logística para aplicação de questionário elaborado pela Funai às comunidades indígenas que foram impactadas pelas alagações.

O MPF aponta ausência sistemática de planejamento, adequação e adaptação das políticas públicas para mitigar os problemas causados pelas mudanças climáticas, que potencializam o quadro de vulnerabilidade social das comunidades indígenas, em especial das que se encontram em locais de difícil acesso.

O MPF fixou o prazo de 15 dias para os destinatários informarem se vão acatá-la e relatem as ações tomadas para cumpri-la, ou que indiquem, por outro lado, as razões para eventual não acatamento. O órgão alerta, no entanto, que o não acatamento pode implicar adoção de medidas judiciais cabíveis, inclusive por eventos futuros que possam ter sido causados pela eventual omissão.

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