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Nova geração de indígenas do Acre usam a tecnologia como instrumento de luta por direitos

Tetepawa Comunica - Foto: Cedida

Maior mobilização de povos originários do país, o Acampamento Terra Livre (ATL) chega, neste ano, à sua 20ª edição e contará com uma delegação formada por 54 indígenas acreanos de vários povos, municípios e organizações.

Uma delas, a Tetepawa Comunica, promete cobertura midiática pela ótica de quem protagoniza o movimento. O coletivo, formado por 12 povos locais, enviou dois representantes a Brasília para transmitirem conteúdos e informações sobre o acampamento, que acontece entre 22 e 26 de abril.

Os jovens comunicadores Samuel Arara, de 23 anos, e Carol Puyanawa, de 24, saíram do Acre nesta quinta-feira, 18, com uma missão: “contar nossa história com os nossos próprios meios para mostrar nossa força e identidade”.

Samuel Arara – Foto: Reprodução/Instagram

Eles administram uma página no Instagram onde produzem e compartilham notícias, informações sobre a realidade de suas aldeias e estratégias para o fortalecimento de suas culturas ancestrais.

Samuel, Carol e os demais membros do Tetepawa Comunica, apesar de pertencerem a povos distintos, têm algo em comum: eles fazem parte de uma nova geração de jovens indígenas que cresceram com acesso à tecnologia e a utilizam para reforçar a luta de suas comunidades para adiar o colapso climático – ou o “fim do mundo”, como preferem chamar.

Carol Puyanawa – Foto: Elias Souza/Reprodução

“Nosso coletivo atua nas bases, mas nossa missão não tem fronteiras. Por isso, estamos indo para o ATL fortalecer essa luta a nível nacional”, afirma Samuel, que nasceu na Terra Indígena Arara, situada em Porto Walter, interior do Acre. Sua colega, Carol, vem da Terra Indígena Puyanawa, em Mâncio Lima, município mais ocidental do Brasil.

Motivos para lutar não faltam à dupla. Após quatro anos de um governo que prometeu “nem um centímetro a mais para os indígenas”, os povos originários voltaram a ter espaço positivo na agenda política em Brasília, porém, para Samuel, ainda restam muitos gargalos a serem enfrentados.

 

 

Delegação que levou os jovens a Brasília foi organizada pela Matpha – Foto: Samuel Arara/Cedida

“Avançamos muito de 2023 para cá. Ganhamos um ministério, temos uma mulher indígena à frente da Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] e um governo que coloca os povos originários no orçamento, por exemplo. Porém, ainda precisamos de mais avanços”.

“A demarcação de novas terras é uma das pautas mais urgentes. Necessitamos ainda de mais políticas afirmativas e um olhar diferenciado para a saúde e educação indígenas, além de intensificar o combate às invasões dos nossos territórios por grileiros e garimpeiros. São vários os fatores que nos colocam em estado permanente de luta”.

Conheça o trabalho do Coletivo Tetapawa Comunica – @tetepawacomunica.

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