Uma briga envolvendo um casal em fase de separação e um delegado da Polícia Federal (PF), no último dia 2, ganhou holofotes em Rio Branco após boletins de ocorrência virem à tona.
A estudante de enfermagem Palu Vitória Maia, de 21 anos, denunciou o ex-marido, Luis Américo, por agressão com socos, chutes e coronhadas. Eles viviam juntos em um condomínio e tinham como vizinho o delegado da PF Fares Feghali.
O delegado tentou ajudar a jovem a retirar em segurança os pertences de casa e acabou entrando em uma luta corporal com Américo. O delegado afirma que o homem estava armado com um revolver calibre 38 e que teria apontado a arma em sua direção.
Segundo consta, Palu e Américo tinham relacionamento conturbado por ciúmes. Ambos se acusam de traição. Ela é natural de Brasiléia, no interior do Acre, e teria se mudado para Rio Branco para viver o relacionamento com o agora ex-marido.
Na capital, Palu tem apenas uma tia como parente e havia decido se mudar para a casa dela na noite em que ocorreu a confusão. Ao chegar ao condomínio decidida sobre a mudança, Palu relatou que encontrou, por acaso, o vizinho delegado, que se ofereceu para vistoriar a situação para que tudo ocorresse em segurança.
“Entrei no meu apartamento, pedi para que o Fares me esperasse na porta. Quando entrei, só escutei a confusão lá fora. Saí e o Luís estava apontando a arma para o Fares e o ameaçando. Me meti no meio dos dois e o Luís começou a me chamar de vagabunda, de dizer que eu estava traindo ele, que eu era uma puta e começou a me agredir”, disse, em entrevista ao g1 Acre.
Ela nega qualquer envolvimento amoroso com o policial federal. Fares, por sua vez, afirmou que agiu em “perfeita obediência da lei” e que, não fosse sua intervenção, Américo poderia ter matado a ex-esposa. Ela obteve na Justiça medida protetiva contra o homem, que precisa manter distância dela de pelo menos 300 metros.
“No que se refere à repercussão do caso ante o mentiroso depoimento do agressor, todo o material comprobatório de minha versão e de Palu, material esse que inclusive já circula nas redes sociais (imagens, áudios, conversas de WhatsApp e laudos periciais que demonstram que o agressor estava armado, que agrediu Palu com a coronha da arma e ameaçou minha vida com ela) demonstram que talvez o covarde e sorrateiro agressor tivesse cerceado a vida de sua ex-esposa, não fosse a minha presença na ocasião”, afirmou o delegado.
O outro lado
Luis Américo também registrou boletim de ocorrência contra Feres Feghali por ameaça e vias de fato. A defesa dele negou a agressão contra a ex-esposa e disse que os machucados no corpo dela se deram porque ela tentou separar a briga dos dois homens. Américo também nega ter arma de fogo.
“Nunca agrediu a Palu e nem qualquer outra pessoa que manteve relacionamentos. E isso é provado no decorrer do processo”.