A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, desembarcaram no Aeroporto de Rio Branco por volta das 9h15 desta terça-feira, 9. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que estava confirmado na agenda, cancelou a vinda.
A comitiva do Governo Federal participa do encontro “Uma saída pacífica para o Brasil”, no auditório do Centro Universitário do Norte (Uninorte), em Rio Branco.
O evento, que debate sobre o corredor interoceânico, rota de exportação que liga o Acre ao Peru pela BR-317, é realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), Secretaria Ciência, Tecnologia e Inovação (Seict) e o Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre.
“Quando a gente fala da indústria, nós temos que falar de agroindústria, que é o que gera emprego e renda. E é isso que a rota de Integração Sul-Americana se propõe. A integrar todos os estados de fronteira com os países da América do Sul, para que nós possamos comprar e vender produtos para lá. Mais do que isso, para que a nossa produção possa chegar mais rápido, mais barata e se tornar mais competente. Lá no maior comprador brasileiro que é a China que é o mundo asiático e é isso que a rota se propõe”, explicou a ministra.
Segundo o secretário da Seict, Assurbanípal Mesquita, a vinda dos ministros firma o trabalho em conjunto do setor público e do setor privado para desenvolver o corredor interoceânico, dando dinamismo e maior vazão ao fluxo comercial na região.
Durante o encontro, a ministra Simone Tebet apresentou o projeto das cinco Rotas de Integração Sul-Americana. Entre essas rotas, destaca-se a Quadrante Rondon, fundamental para conectar o Norte brasileiro aos portos do Peru, oferecendo ao Acre uma saída estratégica para o Pacífico.
A Rota Quadrante Rondon, uma das cinco rotas de Integração Sul-Americana, liderada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, foi concebida após consulta aos 11 Estados brasileiros que fazem com países sul-americanos. O projeto visa não apenas fortalecer o comércio do Brasil com os países vizinhos, mas também reduzir o tempo e os custos de transporte de mercadorias, impulsionando a economia regional.
O Acre é diretamente beneficiado pela Quadrante Rondon, que proporciona uma rota para o Pacífico através dos portos do Peru. Com nove obras relacionadas à integração previstas no Novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), o estado se torna parte crucial dessa iniciativa, envolvendo infraestrutura de transporte, energia e digital.
Fortalecimento do comércio
As rotas de integração não apenas fortalecem o comércio entre o Brasil e os países da América do Sul, mas também abrem novas oportunidades para exportação e importação, reduzindo a dependência das rotas tradicionais pelo Atlântico.
O projeto das rotas conta com recursos orçamentários no Brasil, além de US$ 10 bilhões disponibilizados pelo BNDES e bancos regionais de desenvolvimento. Esses fundos não só apoiam as obras no Brasil, mas também podem contribuir para projetos nos países sul-americanos, promovendo a cooperação regional.
O Acre, com US$ 45,8 milhões em exportações em 2023, destaca-se como um beneficiário significativo dessas iniciativas, especialmente com o aumento do comércio com o Peru e a Bolívia. A infraestrutura em desenvolvimento, como o Contorno de Brasiléia e a restauração da BR-364, impulsiona ainda mais a conexão do estado com o mercado global.
Com novas rotas alternativas aos portos do Atlântico e o aumento das exportações de commodities como soja, o Acre está posicionado para se beneficiar do comércio intrarregional e extrarregional, especialmente com os investimentos em curso no Porto de Chancay, no Peru.
As Rotas de Integração Sul-Americana representam um passo crucial para fortalecer os laços comerciais entre o Brasil e seus vizinhos, oferecendo oportunidades de desenvolvimento econômico e integração regional. Para o Acre, essa iniciativa promete abrir novos horizontes e impulsionar sua participação no mercado global.