Nenhum parlamentar em busca de reeleição gostaria de estar na pele da vereadora Elzinha Mendonça, que, em abril deste ano, deixou o partido pelo qual foi eleita, o PSB, para se filiar ao PP, com a promessa de que a sigla do governador Gladson Cameli e da deputada federal Socorro Neri, que a convidou, lançaria candidatura própria para a prefeitura da capital.
Nem em sonho
Quando aceitou o convite da ex-prefeita de Rio Branco, Elzinha sequer sonhava com a possibilidade de uma aliança entre seu novo partido e o pré-candidato à reeleição Tião Bocalom (PL), contra quem faz dura e competente oposição na Câmara dos Vereadores.
Quem esperava?
Não chega a ser excesso de inocência, uma vez que, quando a parlamentar migrou de legenda, Bocalom havia acabado de ser enxotado do PP, que lhe negou a possibilidade de disputar o pleito pela sigla, obrigando-o a buscar abrigo no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Caso “dramático”
A anfitriã Socorro Neri também não contava com esse desfecho, e, no início de maio, veio a público expor bastidores da negociata, com direito a acusações de violência política, supostamente praticada pela própria sigla. Na ocasião, ela citou o caso “dramático” de Elzinha.
Sem cuidado
Segundo a deputada, ao se juntar a Bocalom, o PP não teve “transparência e cuidado com a possibilidade real de reeleição” da vereadora e dos demais pré-candidatos que se filiaram com a garantia de que o partido teria candidato próprio. “Minha solidariedade”, desejou Neri.
Manteve a posição
Na data em que o PP oficializou a aliança com Bocalom, indicando Alysson Bestene para a vaga de vice, Elzinha manteve a posição e, assim como Socorro Neri, não compareceu, apesar de ter sido convidada, pois integra a seleta chapa de pré-candidatas a vereadoras pelo partido.
Foco total
A ausência dela no ato adianta como deve ser sua postura durante a campanha eleitoral que se avizinha: foco total na própria candidatura, sem vinculá-la à campanha majoritária, sob risco de perder uma parcela significativa de seu eleitorado que não simpatiza com o atual prefeito.
Das voltas que o mundo dá
Ironicamente, a sigla que Elzinha largou mão, o PSB, hoje não apenas orbita a única pré-candidatura com potencial de vencer Bocalom, como é um dos partidos cotados para indicar o vice. Para Marcus Alexandre, no entanto, a chapa com Jenilson Leite é só especulação.
Questão de tempo
A queda do diretor do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Alexandre Nascimento, era apenas questão de tempo. Ele foi exonerado nesta quarta, 30. Segundo o governo, a saída se deu a pedido. O fato é que sua permanência no cargo estava insustentável.
Assédio
Nascimento foi alvo de graves denúncias de assédio moral e abuso de autoridade, que teriam sido praticados contra policiais penais do presídio feminino. Nem deputados da base quiseram comprar essa briga, com alguns exigindo providências do Palácio Rio Branco.
Rebuliço
Nos últimos dias, o lançamento de pré-candidaturas proporcionais tem pipocado no Acre. Uma delas é a do assistente social Carlos Gomes (PV), que disputou a prefeitura da capital em 2016 e causou um rebuliço, no bom sentido, no dia do debate da Rede Amazônica. Quem lembra?
Revolta
Na época, as regras da afiliada da Globo deixavam Gomes fora do debate, mas uma decisão na Justiça obrigou a emissora a incluí-lo. Minutos antes do confronto, porém, outra notificação judicial retirou-lhe o direito de participar, o que revoltou, com razão, seus apoiadores.
E o vice?
O deputado estadual Emerson Jarude (Novo) se junta ao time dos pré-candidatos majoritários que só irão definir e anunciar o vice aos 45 do segundo tempo. De acordo com o parlamentar, a decisão só virá após findadas as discussões internas com o diretório de seu partido.
Puro-sangue
O certo é que esse vice virá do Novo, formando a única chapa puro-sangue das eleições para prefeito da capital. A sigla tem pouco tempo de vida no Acre e não dispõe de muitos quadros orgânicos, fazendo com que essa escolha fique mais no âmbito pessoal de Jarude. Acontece.
Outro foco
À coluna, Jarude afirmou que o foco, agora, é no plano de governo, que está sendo elaborado enquanto conversa com a população nas casas, comércios, mercados e semáforos. “Depois dessa fase, que para nós é a mais importante, aí sim, entrarão as discussões sobre vice”.