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Após perder filho com doença rara, acreana recorre à Justiça e inicia fertilização in vitro: ‘ser mãe novamente’

A acreana Daniele Moura se agarra a um novo fio de esperança. Após enfrentar a perda de seu filho Otávio, aos 3 anos, em julho de 2022 para a Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença rara, ela iniciou um novo capítulo em sua vida: a busca pela maternidade novamente.

Daniela e o marido descobriram que são portadores de uma variação genética que aumenta o risco de ter outro filho com AME. Diante disso, foram orientados por médicos a recorrer à fertilização in vitro, com estudo genético, como a melhor opção para evitar a doença.

Contudo, o caminho para a fertilização in vitro não foi fácil. O casal precisou recorrer à Justiça para obter acesso ao procedimento. Em maio do ano passado, uma decisão favorável na Justiça Federal do Estado do Acre concedeu a eles o direito de realizar o tratamento com urgência.

Daniela e o filho Otávio, que tinha diagnóstico de AME

Agora, eles estão no processo de fertilização in vitro. Iniciado em março deste ano, o casal enfrentou desafios com a obtenção de embriões viáveis, mas permanece esperançoso com a possibilidade de conceber um novo filho.

“Para não colocar uma criança no mundo para sofrer novamente, passar por tudo que o Otávio passou e nós também, a gente não quer isso. Então, para ser mãe novamente, eu corri atrás para buscar fazer a fertilização in vitro. Já começamos o procedimentos, fizemos dois ciclos e após cada ciclo conseguimos somente dois embriões, porque alguns degeneravam e outros não fecundavam. Vai ser feito o estudo genético, que no nosso caso é a PGT-M. Todo esse estudo é feito na Alemanha. E agora é aguardar o prazo e no final que é a implantação”, contou.

Daniele compartilhou seu desejo de ser mãe novamente. Ela lembrou como a doença limitava Otávio e disse que a fertilização surge como uma esperança de poder realizar o sonho de acompanhar o crescimento de um filho.

“O Otávio era muito amado e até hoje não superamos. Acredito que essa nova fase venha melhorar nosso sofrimento. Representa uma fase de viver coisas que eu nunca fiz com o Otávio. A doença limitava ele em muitas coisas. Eu imaginava quando ia ser o primeiro dia de aula, primeiro dente de leite, os primeiros 10 anos de vida. Passear, tomar banho de rio, que ele não podia. Quero poder ver um filho crescer acima de tudo.”

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