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Estudantes da Ufac deflagram a segunda greve geral estudantil desde 1984

Foto: Divulgação/Adufac

Os estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) decidiram em Assembleia Geral, realizada no sábado, 18, no Anfiteatro Garibaldi Brasil, entrar em greve por melhores condições de estudo. Esta é a segunda greve geral estudantil da instituição, desde 1984.

A mobilização estudantil, conforme publicado nas redes sociais, pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac), reforça a luta em defesa de uma educação pública de qualidade. O movimento estudantil junta-se aos professores e técnicos administrativos que já estão em greve.

No entanto, a decisão da assembleia gerou controvérsia entre os estudantes. Muitos expressaram sua discordância nos comentários da postagem da Adufac sobre o movimento.

Um estudante criticou a representatividade da assembleia, afirmando: “A Ufac tem cerca de 15 mil alunos. Como uma pequena parcela de menos de 50 alunos pode decidir algo pela maioria? Não faz nem sentido, façam uma pesquisa com todos. Se a maioria votar a favor, até eu passo a aderir à greve.”

Outro estudante destacou a falta de participação de alunos do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, devido à dificuldades de transporte e comunicação.

“Conversando com alguns colegas, achamos a decisão um pouco antidemocrática. A decisão foi tomada por poucos alunos que não demonstram sequer uma amostra de 50% dos alunos da Ufac. Muitos alunos aqui do campus Floresta não são de Cruzeiro do Sul. Consequentemente, com a greve dos TAE e docentes, muitos decidiram ir para suas moradias em municípios próximos. Não conseguiram participar dessa reunião para decidir essa greve.”

Ele também mencionou as implicações negativas da greve para os alunos do campus Floresta, incluindo a interrupção de estágios e pesquisas financiadas pelo CNPq.

“Pesquisadores precisam fazer suas pesquisas. Consequentemente, nossa bolsa poderá ser cortada! Aqui em Cruzeiro do Sul, não é tão fácil arrumar estágios. Já íamos começar nossos estágios, mas com tudo isso, fica difícil. As empresas aqui são rígidas, já foi uma batalha para conseguir essas vagas e são perdidas por conta da greve estudantil.”

Os professores da Ufac estão em greve desde o último dia 2 de maio. A categoria aderiu ao movimento das universidades e institutos federais, que pedem reajuste salarial, reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, além da revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.

Os servidores técnico-administrativos da universidade já estão em greve desde 11 de março. No dia 16 de abril, aceitaram a proposta do governo federal sobre os reajustes de auxílio alimentação, creche e saúde. Contudo, a greve continua no Acre.

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