A BR-364, que estende-se entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, vem recebendo atenção renovada em termos de manutenção e reconstrução. Após anos de investimentos limitados, o fluxo de recursos para esta via vital aumentou significativamente com a chegada do novo governo. Entre 2019 e 2022, apenas cerca de R$ 240 milhões foram alocados para a manutenção de rodovias em todo o Acre. Em contraste, o ano de 2023 viu um aumento para aproximadamente R$ 340 milhões, com previsões de R$ 450 milhões para 2024.
O Governo Lula aprovou um plano ambicioso para a reconstrução da BR-364 com um orçamento que pode chegar a R$ 2,5 bilhão. Essa decisão visa revitalizar completamente a estrada, essencial para o transporte e a economia da região. Além disso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está fortalecendo sua presença local ao construir uma sede em Cruzeiro do Sul e incluir cargos específicos para a cidade em seu recente concurso, com salários de até R$ 12 mil.
Foco na Tecnologia e Desafios Logísticos
Ricardo Araújo, superintendente do DNIT no Acre, destacou os desafios e os planos para a rodovia. “A prioridade número um do ano passado foi recuperar o acesso para facilitar a mobilidade das pessoas”, afirmou Araújo. Ele revelou que, dos R$ 340 milhões destinados em 2023, uma parte significativa foi usada na BR-364, com o restante destinado à BR-317. “Eu sempre falo assim, a BR ficou parada durante quatro anos, houve uma deterioração do seu estado, mas agora a gente está começando a recuperar”, afirma.
Araújo também abordou as melhorias em curso, como um projeto de reconstrução de 6 quilômetros próximo ao aeroporto, utilizando macadame hidráulico, um material escolhido para sua durabilidade e adequação ao solo desafiador da região. Além disso, o superintendente mencionou que a reconstrução completa envolverá tecnologia de ponta para lidar com as variações do solo.
O DNIT adotou uma abordagem proativa para a manutenção, mesmo durante os meses de inverno. As equipes estão focadas em prevenir o fechamento da rodovia, um ponto crítico para o transporte entre os extremos do estado. A estratégia inclui substituir materiais argilosos por pedra para evitar futuros problemas de pavimentação. “É um trabalho mais caro, mas é mais eficaz a longo prazo”, explicou Araújo, referindo-se à utilização de macadame hidráulico.
Adicionalmente, há uma obra emergencial em andamento para expandir a ponte sobre o rio Tarauacá para aumentar sua durabilidade frente aos problemas recorrentes de erosão. Segundo Araújo, a estratégia emergencial adotada envolveu a instalação de vigas e perfis metálicos na cabeceira da ponte. Esses componentes funcionam como uma emenda, reforçando a estrutura existente. “Nós colocamos ali, na cabeceira da ponte, vigas, perfis metálicos, como uma emenda sobre a ponte. Com isso demos mais segurança, cobrimos com material e isso aí vai dar uma segurança. Quem passar já sabe que aquilo ali vai ficar robusto e não vai dar problema”, explicou o superintendente.
Essa medida é temporária, enquanto a obra completa, que incluirá a expansão da ponte, ainda está em fase de preparação. A empresa contratada para a execução do projeto já começou a aterrar a área adjacente à ponte, com planos de iniciar a construção nos próximos meses. A extensão proposta adicionará 70 metros à ponte, partindo da cabeceira atualmente afetada.
A obra visa não apenas resolver os problemas imediatos, mas também prevenir futuras interrupções no tráfego, garantindo que a ponte possa suportar as condições ambientais variáveis da região. Com essa ampliação, o DNIT busca aumentar a resiliência da ponte contra as mudanças no curso do rio e os eventos climáticos extremos que têm afetado a área.