A deputada federal Socorro Neri (Progressistas) convocou uma coletiva de imprensa para a manhã desta sexta-feira, 3, para falar sobre sua possível pré-candidatura à prefeitura de Rio Branco. Segundo sua assessoria, ela esclarecerá os passos de todas as tratativas feitas pelo partido para as eleições municipais.
A possível entrada de Neri na disputa é mais um dos vários movimentos que o PP tem feito desde o ano passado. Em outubro, o partido lançou a pré-candidatura de Alysson Bestene, o que provocou a desfiliação do prefeito Tião Bocalom, rejeitado pela sigla para disputar a reeleição. Hoje, ele é filiado ao PL.
Com o passar dos meses – e a publicação de pesquisas nas quais Bestene não conseguia emplacar o próprio nome -, o PP, por meio de alguns de seus dirigentes, passou a pôr em dúvida a pré-candidatura do atual secretário de Governo (Segov).
Com o avançar das alianças partidárias dos demais pré-candidatos, isso ficou ainda mais evidente, com a legenda chegando a flertar tanto com Bocalom quanto com Marcus Alexandre (MDB), os favoritos para a disputa, segundo as pesquisas de intenção de voto.
Entre idas e vindas, o PP precisou reafirmar a pré-candidatura de Bestene em duas ocasiões, ao mesmo tempo em que, nos bastidores, um plano B parecia estar sempre no horizonte.
Quando Bocalom se aliou à ala do União Brasil comandado pelo senador Márcio Bittar, o partido do governador Gladson Cameli fez sua jogada mais polêmica: mostrou interesse em fazer parte da chapa e sugeriu Alysson como vice de Bocalom. Em troca, o União Brasil abdicaria da indicação do vice e ganharia uma futura secretaria no governo.
Esse foi o estopim para que Socorro Neri, que já havia dito não ter pretensões de ser candidata, mudasse de ideia e colocasse o nome à disposição do partido, o que gerou mal-estar com o governador, que comanda a sigla no estado. A parlamentar considera vergonhoso a agremiação não encabeçar uma candidatura.
Gladson não se opõe ao nome de Neri. Em 2022, ela foi a deputada federal mais votada no estado, o que, segundo ele, a credencia para a disputa. O mau humor de Cameli estaria na indecisão da parlamentar, que já havia sido convidada para o jogo, mas negou.
“Se não me coloquei à disposição antes é porque o partido tinha candidato aclamado pela executiva municipal, e eu fui a pessoa que mais defendeu que a deliberação do partido fosse respeitada”, defende-se a ex-prefeita.