Dia 7 de junho completaram 8 meses de ataque sem pausa na faixa de Gaza. A data foi marcada por um terrível ataque de Israel a uma escola das Nações Unidas em Gaza, matando dezenas de pessoas foi mais uma demonstração de que os sionistas não aceitam qualquer limite em sua campanha pelo extermínio do povo palestino. Seja na América do Norte, seja na Europa Ocidental, porque existe realmente um crescente hiato entre o horror que o genocídio em Gaza desperta e o apoio de suas elites políticas a Israel.
Multidões têm ido às ruas, mas, quando muito, os governos lançam declarações tímidas e efêmeras de consternação diante de atrocidades pontuais cometidas pelo sionismo.
Decisões óbvias – como a do Canadá, de parar de vender armamentos que seriam usados para um genocídio – são vistas como vitórias históricas. Nos Estados Unidos, Joe Biden prefere o risco de perder a eleição a soltar a mão de Netanyahu. Mas os republicanos correm para provar que são ainda mais sionistas que os democratas. A ajuda militar a Telavive foi ampliada.
Transformada em lei uma definição capciosa de “antissemitismo” que criminaliza a crítica ao Estado de Israel. A repressão policial e a perseguição macarthista a quem se pronunciam em favor da Palestina continuam sem tréguas. Na França, um deputado foi suspenso de suas funções por ter levantado a bandeira da Palestina no plenário da Assembleia Nacional.
Talvez ainda mais grave, o Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa está lançando um aplicativo para receber denúncias de “antissemitismo” nas universidades.
O objetivo é claro: intimidar e censurar. Lembra os projetos de “Escola sem Partido” que tramitaram aqui no Brasil, com suas previsões de linha direta para denunciar “doutrinação”.
Na Alemanha, o apoio a Israel tem se tornado precondição para candidatos à cidadania. Intelectuais palestinos e solidários ao povo palestino têm sido proibidos de falar – começou com a retirada do prêmio que seria concedido a Adania Shibli na Feira do Livro de Frankfurt. Não é só na Alemanha; casos têm ocorrido por toda a Europa e nos Estados Unidos. Os exemplos poderiam ser multiplicados.
Trata-se de mais um exemplo de como opera a desdemocratização: os governos estão blindados contra pressões populares, preferindo se curvar a interesses de determinados grupos poderosos. No caso, os sionistas e seus aliados. Há um limite, no entanto, mesmo nesse cenário. Afinal, o ritual do voto não foi revogado. E cada declaração hipócrita de consternação é uma pequena vitória.
Foi uma batalha longa, até que a opinião pública obrigou o Ocidente a interromper sua parceria com o regime de apartheid da África do Sul. Pressionar por boicote, desinvestimentos e sanções contra o regime genocida de Israel é uma tarefa permanente.
No caso do Brasil, que tem se manifestado de forma correta nos fóruns internacionais, falta dar o próximo passo: cortar relações diplomáticas.