Devidamente ancorado na chapa de Bocalom (PL), o pré-candidato a vice-prefeito de Rio Branco, Alysson Bestene (PP), finalmente desceu do muro e foi para jogo. Nesta segunda-feira, 10, ao ser apresentado como novo assessor na prefeitura, o discreto cirurgião-dentista mostrou que não pisa mais em ovos quando é convidado a comentar sobre o processo eleitoral.
Dever de casa
No ato, Bestene provou que fez o dever de casa ao apresentar um discurso alinhado ao de seus pares, invocando a manjada polarização direita x esquerda, que há anos tomou de assalto o debate político no país – ou seja, já fala como um legítimo pré-candidato de direita.
“Adversário”
Em entrevista coletiva, Bestene “revelou” o que não dizia até a aliança com Bocalom: que, mesmo havendo conversas, não estava inclinado a ir para a chapa do também pré-candidato Marcus Alexandre (MDB) – a quem se referiu, pela primeira vez, como “adversário”.
Mostrando as asinhas
Bestene também comparou a gestão de Bocalom com a do ex-prefeito, falou mal do programa Ruas do Povo (executado por administrações petistas) e disse que uma composição eleitoral com Marcus Alexandre seria incompatível com seus princípios ideológicos. Por que só agora?
Não decolava
Até “ontem”, o tímido dentista evitava comentar sobre eleição, enquanto os caciques de seu partido se descabelavam por não saberem o que fazer com sua pré-candidatura, que não decolava nas pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos meses.
Passivamente
A impressão que fica é que o dentista assistiu de forma passiva o conflito de interesses em sua sigla. De novembro para cá, o PP lançou sua pré-candidatura, pôs dúvidas sobre ela, flertou com outros nomes e viu Socorro Neri renunciar à presidência do partido por discordâncias.
Plebiscitária
A eleição majoritária em Sena Madureira, assim como na capital, deve ser plebiscitária. Disputarão o deputado federal Gerlen Diniz (PP) e o vereador Alípio Gomes (PSD). O primeiro tem as bênçãos de Gladson, enquanto o outro é apoiado pelo prefeito Mazinho Serafim.
Favorito
Esta é a segunda vez consecutiva que Diniz briga pela cadeira no município do Vale do Iaco. Em 2020, ele não conseguiu desbancar o polêmico Mazinho, que se reelegeu com mais de 56% dos votos. No entanto, sem o empresário na disputa, os ventos correm a favor de Diniz.
Transferência de votos
Apesar de as pesquisas mostrarem o deputado bem à frente na corrida, o clima de “já ganhou” precisa ser comedido. Ainda tem muito chão pela frente até o pleito, período em que Mazinho terá mais uma oportunidade de pôr à prova sua capacidade de transferência de votos.
Calma lá
Vale lembrar que, em 2018, a esposa de Mazinho, Meire Serafim, foi a deputada estadual mais votada do Acre, com 10.349 eleitores. Quatro ano depois, ela mais que dobrou os votos e foi parar em uma cadeira de deputada federal, mesmo com atuação local inexpressiva.
Endureceu o tom
O senador Sérgio Petecão (PSD) subiu o tom contra o próprio colega de partido, o deputado estadual Paulo Bregense, que se precipitou ao declarar, muito antes da hora, seu voto no também senador Márcio Bittar (União Brasil), caso este se candidate à reeleição em 2026.
Pode piorar
A primeira reação será a destituição de Bregense da liderança do partido na Assembleia Legislativa (Aleac). Mas as coisas podem piorar ainda mais para o deputado caso ele suba no palanque do prefeito e pré-candidato à reeleição em Plácido de Castro, Camilo Silva (PP).
Infidelidade
Ao que tudo indica, o PSD terá candidatura própria no município fronteiriço – a de Francisco Tavares. E, se não contar com o apoio de seu parlamentar estadual, o partido está disposto a expulsá-lo por infidelidade e brigar na Justiça pelo seu mandato, que pertenceria à sigla.
Arenga
O atrito entre Petecão e Bregense se soma ao desentendimento que o senador possui com o outro deputado estadual da agremiação, Eduardo Ribeiro, que deixou a presidência do partido na capital em protesto ao apoio manifestado pelo parlamentar federal a Marcus Alexandre.