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Nomeação de Mailza para secretaria abre ponto de tensão para a sucessão de Gladson

Foto: Neto Lucena/Secom

A nomeação da vice-governadora Mailza Assis (Progressistas) para o comando da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh), onde exercerá função cumulativa, adianta um ponto de tensão na base do governo para a disputa pelo Palácio Rio Branco nas eleições de 2026. A designação foi publicada no Diário Oficial (DOE) desta segunda-feira, 17.

Lugar que lhe cabe

Mailza já deixou claro que a disputa pela sucessão do colega de partido Gladson Cameli é o lugar que lhe cabe. Porém, há um ator político leal ao governador que também sonha alto e não vai dar o braço a torcer com facilidade: o senador Alan Rick, do União Brasil.

Rota de colisão

Outro ponto em comum entre a vice-governadora e o parlamentar federal é que suas bases são formadas, entre outros grupos, por evangélicos conservadores e bolsonaristas, o que os coloca, hoje, em rota de colisão na conquista de espaços e apoios políticos visando 2026.

Luz, comando e orçamento

A função de vice, por si só, não garante capital político necessário para uma sucessão. É preciso luz, comando e orçamento próprios. É nesse contexto que a nomeação de Mailza para a Seasdh se insere: uma tentativa de pavimentar seu futuro eleitoral – qualquer que seja ele.

Muito chão

Isso não significa, porém, que o Palácio Rio Branco já tenha cravado o nome de Mailza para a disputa. Ainda tem muito chão – e eleições em 22 municípios – pela frente. Até lá, a vice-governadora terá a chance esperada para mostrar sua forma de administrar a coisa pública.

Bonanças

E na Seasdh, certamente, ela terá a visibilidade que deseja, devido as bonanças do governo Lula (PT) para a área. Em um estado pobre como o Acre, a Assistência Social se impõe como uma das pastas mais relevantes, ao gerir, por exemplo, recursos para o combate à fome.

Reforço

Desde que assumiu a presidência, em 2023, Lula tem reforçado os caixas dos estados e municípios para políticas de assistência social – um tema não muito caro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Mailza e Alan ainda conseguem defender com unhas e dentes. Vai entender…

Desconversou

Quando questionado sobre, entre Mailza e Alan, quem teria seu apoio para a sucessão, o governador disse que 2026 ainda está longe. Certo ele em não se comprometer. Até porque se declarasse apoio não seria garantia de nada, dado o histórico de Cameli em se desdizer quando o assunto é eleição.

A única

A deputada federal Socorro Neri (PP) deve ser a única da bancada do Acre na Câmara a votar contra o abjeto projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, inclusive nos casos de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia.

Foto: Arquivo

Má repercussão

Isso se o PL não sair de pauta, dada a repercussão negativa na sociedade e nas instituições sérias que se debruçam sobre o tema. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo, já deu seu parecer: o projeto é “grosseiro” e “desconexo da realidade”.

Mandato responsável

Neri merece ser reconhecida pela coragem de fazer um mandato responsável e ético, sem submetê-lo às birras das torcidas, por medo de perder votos. Não é de hoje que ela conduz suas decisões pautada pelo bom senso. Já o fazia desde que era prefeita de Rio Branco.

Voz da razão

Em 2018, por exemplo, Neri vetou um estatuto, aprovado pelos vereadores da capital, que excluía casais homoafetivos do conceito de família. Bancado por setores evangélicos, o projeto deu o que falar na época, mas a então prefeita preferiu ouvir a voz da razão. Fez o certo.

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