Entre 230 e 66 milhões de anos atrás, os pterossauros dominavam os céus. Até hoje, pesquisadores e paleontólogos ao redor do mundo conseguiram identificar aproximadamente cem espécies desses répteis voadores – e novas descobertas continuam a ser feitas.
Um recente estudo conduzido pela Universidade Curtin, na Austrália, e outras instituições revelou que ossos fossilizados, datados de 100 milhões de anos, pertencem a uma nova espécie de pterossauro. As ossadas descobertas em 2021 só foram identificadas recentemente, em artigo publicado em 12 de junho no periódico Scientific Reports.
A nova espécie (Haliskia peterseni) pertence a um gênero inédito e impressiona pelo tamanho.“Com uma envergadura de asas de aproximadamente 4,6 metros, Haliskia teria sido um predador temível há cerca de 100 milhões de anos, quando grande parte do centro-oeste de Queensland estava submerso, coberto por um vasto mar interior e globalmente posicionado perto de onde hoje fica a costa sul de Victoria”, conta uma das líderes do estudo, Adele Pentland, em comunicado.
Os pesquisadores examinaram o formato do crânio do pterossauro, a disposição dos dentes e a morfologia do úmero. O estado de conservação do esqueleto foi crucial, permitindo a identificação de elementos como a mandíbula inferior completa, a ponta da mandíbula superior, 43 dentes, vértebras, costelas, ossos das asas e parte de uma perna. “O Haliskia está 22% completo, o que o torna duas vezes mais completo que o único outro esqueleto parcial de pterossauro conhecido encontrado na Austrália”, destaca Pentland.
Agora, o fóssil será exposto ao lado de outros pterossauros no museu Kronosaurus Korner, uma das principais exposições de fósseis marinhos na Austrália. São mais de 600 vestígios em exibição, incluindo o Kronosaurus queenslandicus, um dos maiores répteis marinhos já encontrados, com um crânio de pelo menos 2,4 metros de comprimento – sendo o plesiossauro mais completo do país.
A Austrália, especialmente a região de Queensland, é marcada por grandes achados de animais marinhos do período Cretáceo (145 a 65 milhões de anos atrás), quando a área era coberta pelo Mar de Eromanga. Contudo, com relação a fósseis de pterossauros, são raras as descobertas, o que dá ainda mais importância à nova descoberta.
O curador do museu e descobridor do fóssil Kevin Petersen disse que esse achado representou um avanço empolgante para a ciência, a educação e o turismo regional. “Estou entusiasmado por a minha descoberta ser uma nova espécie, pois a minha paixão reside em ajudar a moldar o nosso conhecimento moderno sobre espécies pré-históricas”, declara.
Fonte: Revista Galileu