Vice-campeão do BBB 24, Matteus Amaral recebeu dinheiro do governo federal após fraudar o sistema de cotas raciais para ingressar em universidade pública.
Isso porque, além de se autodeclarar preto, Matteus se inscreveu no programa Bolsa Permanência, voltado para “estudantes quilombolas, indígenas e em situação de vulnerabilidade socioeconômica”. Ele afirmou se enquadrar na terceira opção.
Para receber o benefício, Matteus teve de preencher um formulário dizendo possuir renda familiar per capita não superior a 1,5 salário mínimo. Sua solicitação foi aceita pelo Ministério da Educação.
Ao todo, ele recebeu R$ 4,6 mil do governo federal por suas atividades acadêmicas. Sendo R$ 2,6 mil pelo curso no Instituto Federal de Farroupilha, entre 2014 e 2015. Na ocasião, ele embolsou 23 parcelas com valores entre R$ 100 e R$ 150.
Em 2023, pouco antes de ingressar no Big Brother Brasil 24, Matteus recebeu outros R$ 2 mil pela iniciação científica que faz na Universidade Federal do Pampa, também no Rio Grande do Sul. Foram 5 parcelas de R$ 400.
Em valores corrigidos, Matteus Amaral embolsou cerca de R$ 6,5 mil, via auxílios, como consequência da fraude na cota racial.
Os recursos do Bolsa Permanência são pagos diretamente aos estudantes de graduação por meio de um cartão de benefício. Atualmente, o valor é de R$ 900 para estudantes indígenas e quilombolas e R$ 400 para os demais.
Quem pode receber o auxílio?
Pode receber o auxílio o estudante que cumprir, cumulativamente, as seguintes condições:
- Possuir renda familiar per capita não superior a um 1,5 salário mínimo;
- Estar matriculado em cursos de graduação com carga horária média superior ou igual a 5 (cinco) horas diárias;
- Não ultrapassar dois semestres do tempo regulamentar do curso de graduação em que estiver matriculado para se diplomar;
- Ter assinado Termo de Compromisso;
- Ter seu cadastro devidamente aprovado e mensalmente homologado pela instituição federal de ensino superior no âmbito do sistema de informação do programa.
O disposto nos dois primeiros tópicos não se aplica aos estudantes indígenas ou quilombolas.
A explicação de Matteus
Matteus Amaral alega que uma terceira pessoa o inscreveu como “preto”, sem seu consentimento ou conhecimento prévio. “A inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem meu consentimento ou conhecimento prévio.”
“Por isso, lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria tentado me beneficiar indevidamente dessa política”, disse.
“Agradeço a oportunidade de esclarecer este assunto e peço desculpas por qualquer mal-entendido que possa ter ocorrido”, concluiu.
A versão do ex-BBB, contudo, fica fragilizada após a revelação de que Matteus também se inscreveu em um programa de vulnerabilidade social. Contra ele, foi protocolada denúncia e pedido de prisão no Ministério Público Federal.
Reportagem completa no Metrópoles