O Acre registrou 3.251 homicídios entre 2012 e 2022, segundo o Atlas da Violência, divulgado no último dia 18 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Na comparação entre os dois anos, o estado contabilizou aumento de 14,4% nesse tipo de crime. Já entre 2021 e 2022, o crescimento é ainda maior, passando dos 16%.
No entanto, ao comparar o último ano da pesquisa (2022) com a metade da década analisada (2017), o estado experimentou a maior diminuição do país no número de homicídios, com -53,9%.
O Atlas da Violência mostra uma disparada dos crimes contra a vida no Acre a partir de 2016, com o início da guerra entre facções por disputa de territórios para o controle do tráfico de drogas. Naquele período, o número de homicídios saltou de 217, em 2015, para 363 no ano seguinte.
“Nesse período, o número de mortes aumentou sobretudo nos municípios que cortam a região do Alto do Juruá, no Acre, e avançam por toda a rota do Solimões, chegando até as capitais nordestinas, quando a cocaína procedente da Bolívia e Peru é exportada para outros continentes”, diz o documento.
O ano de 2017 foi ainda mais violento, sendo o pior da década estudada, com 516 homicídios. Os índices se mantiveram altos até 2021, quando retornaram à casa dos 200.
De acordo com o Atlas da Violência, a redução pode estar associada ao trabalho de qualificação e integração dos órgãos de segurança, sobretudo o Ministério Público do Acre (MPAC), Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e polícias Civil e Militar.
“Nesse estado, foi implantada uma filosofia de gestão orientada por resultado para a diminuição de crimes violentos, a partir da junção de um trabalho de inteligência e análise criminal”.