O governo do Acre, por meio da Polícia Civil, informou, nesta segunda-feira, 3, em nota, que vai investigar a suposta ameaça de morte feita por um policial contra o promotor de Justiça Tales Tranin.
O assunto foi destaque na imprensa local neste final de semana após vir à tona a investigação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Acre (MPAC), sobre o caso.
Segundo informações, o policial civil, que não teve o nome divulgado, enfrenta três processos administrativos e usa tornozeleira eletrônica por envolvimento com tráfico de drogas. Anda assim, ele segue nos quadros da instituição. A motivação para o suposto plano de assassinato do promotor não foi revelada até o momento.
Na nota, o governo informa que será aberto procedimento investigatório para apurar as denúncias, no âmbito da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, e se solidariza com Tales Tranin. Leia a íntegra ao final da matéria.
Esta não é a primeira vez que o promotor é alvo de ameaça por um agente de segurança pública. Em julho do ano passado, ao receber destaque pela sua atuação mediadora que ajudou a pôr fim ao motim no presídio Antônio Amaro Alves, Tranin foi ameaçado e xingado com palavras homofóbicas por um policial penal.
Leia a nota pública da Polícia Civil, assinada pelo delegado-geral Henrique Maciel:
“O governo do Estado do Acre, por meio da Polícia Civil estadual (PCAC), informa que não tinha conhecimento, até a divulgação pela imprensa, da suposta ameaça de morte feita por um policial civil contra o promotor de Justiça Tales Tranin, uma vez que a investigação vem sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que atua de forma independente, no âmbito do Ministério Público do Acre (MPAC).
Informa que, acerca do caso, a reportagem não faz menção ao nome do policial civil, apesar de indicar que este vem sendo investigado em denúncias feitas à Corregedoria de Polícia, por atos incompatíveis com o exercício da profissão.
Existem processos administrativos disciplinares (PADs) findos e em andamento em relação a policiais civis, e em todos observamos as garantias constitucionais como a ampla defesa e o contraditório. Mais, alguns desses procedimentos estão no âmbito de outras esferas do governo, inclusive com decisão da nossa instituição pela demissão.
Diante da divulgação dessa suposta ameaça ao promotor, será aberto procedimento investigatório para apurar os fatos, no âmbito da Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
Destacamos, ainda, que o governo do Acre e a Polícia Civil não coadunam com qualquer tentativa de cerceamento do livre exercício investigatório dos promotores de Justiça e se solidariza com o promotor Tales Trani.
Ademais, o governo do Estado, por intermédio da Polícia Civil, estará atento ao caso para que a justiça seja feita e não haja qualquer prejuízo à integridade física do citado promotor.
Henrique Maciel
Delegado-geral da Polícia Civil”.