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Pastora denuncia ‘imposição do voto’ em igrejas evangélicas de Rio Branco

Em um caso raro de lucidez política no meio evangélico local, a pastora Lorena Torres veio a público se posicionar contra o uso de igrejas para campanhas eleitorais por parte de líderes e membros das congregações. A corajosa fala da também advogada merece ser louvada, visto que a prática denunciada por ela viola a legislação eleitoral, que veda propaganda política em bens de uso comum, como igrejas, cinemas e estádios.

Já começaram

Pré-candidata a vereadora pelo Republicanos, Torres afirma que, em Rio Branco, já é possível ver a “imposição do voto” nos templos antes mesmo do início da campanha eleitoral, prevista para o dia 16 de agosto.

“Na Igreja Não”

Para marcar posição contrária à prática, ela criou, nas suas redes sociais, a campanha “Na Igreja Não”. A ideia é chamar a atenção dos fiéis e líderes religiosos para o respeito à individualidade do voto.

Com a palavra…

“Nunca utilizei um púlpito para a realização de campanha eleitoral e agora, como pré-candidata a vereadora, não fiz, não faço e continuarei não fazendo porque eu entendo que essa é a postura do verdadeiro líder, do verdadeiro cristão, de preservar o púlpito para ministração da palavra de Deus”, disse.

Influência perniciosa

Em um país onde o fanatismo cristão cresce e ameaça princípios democráticos básicos, como a laicidade do Estado, é urgente que mais vozes se levantem contra essa influência perniciosa das igrejas na política.

Aloprados

E quando essa voz vem de dentro dos templos, ela ganha ainda mais peso. Há anos os evangélicos vêm sendo estigmatizados no Brasil, muito por culpa de algumas de suas figuras alopradas – o leitor sabe quem são!

Mesmo balaio

E esses líderes barulhentos acabam dando o tom nesse meio. Porém, há gente lúcida nas igrejas. O problema é que elas fazem pouca questão de ecoar seus pontos de vista, caindo no mesmo balaio que os demais.

Baixo nível

Daí, o que sobra para a arena pública são os debates de baixíssimo nível e um projeto de Brasil voltado às trevas. O PL do Estupro, a incansável perseguição aos LGBTQIA+ e outras pautas moralistas estão aí para provar.

Cristão onde?

De cristãos muitos desses líderes religiosos não têm absolutamente nada. O que eles querem, na verdade, é manipular as mentes e os corações dos fiéis para benefício próprio, seja financeiro ou/e político.

Nova pesquisa

Pesquisa Delta de intenções de voto para a prefeitura de Rio Branco mostra Marcus Alexandre (MDB) na liderança no cenário estimulado, com 44,47% da preferência do eleitorado, contra 37,14% de Tião Bocalom (PL).

Empate espontâneo

Mesmo aplicando a margem de erro, que é de generosos 3,5 pontos percentuais, o emedebista segue à frente na induzida. Porém, na espontânea, os dois principais adversários na disputa estão tecnicamente empatados.

Sem ele

O pré-candidato pelo PSB, Jenilson Leite, não aparece nas pesquisas porque ainda não havia se lançado para a disputa quando os mais de 800 rio-branquenses foram consultados pelo Instituto Delta no início deste mês.

Tira voto

Jenilson, incontestavelmente, tira votos de Marcus Alexandre. Bocalom é o pré-candidato da direita e tem o apoio de quem está mais ao extremo desse espectro político – ou seja, uma turma pouco afeita às moderações.

Rejeição

Em um eventual segundo turno, quem vai dar as cartas é a rejeição. Até nisso Marcus Alexandre (16,77%) pode dormir tranquilo, pois tem cerca da metade da antipatia de seu principal adversário (31,06%) nas urnas.

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