Nesta terça-feira (30/7), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) divulgou que a defesa de Nego Di teve o pedido de liberdade negado. O ex-BBB vai continuar preso preventivamente sob a acusação de estelionato. Ele foi detido no último dia 14, depois de ter aplicado golpes nos seus seguidores, depois de divulgar uma loja de eletroeletrônicos, na qual é sócio, que não entregava as mercadorias.
Anderson Bonetti, parceiro de Nego Di no negócio, também foi detido. As vítimas tiveram um prejuízo estimado em R$ 5 milhões, de acordo com a investigação da polícia. Acredita-se que em torno de 400 pessoas foram enganadas pelo humorista, que fazia propaganda da empresa nas redes sociais, onde acumulava mais de 10 milhões de admiradores.
As advogadas Tatiana Borsa e Camila Kersch, que defendem o comediante, alegaram através de uma nota oficial que “juridicamente, não há fundamentos sobre os fatos narrados na denúncia para manutenção da prisão”. As especialistas ainda lembraram que “cabe ressaltar, ainda, que a juíza não considerou que já há uma grande quantia paga às
No entanto, a juíza Patrícia Pereira Krebs, que deferiu a decisão, frisou que “a defesa não apresentou novos argumentos capazes de afastar os fundamentos considerados pelo Juízo, no decreto prisional”. Há duas semanas, Nego Di teve o habeas corpus negado.
Leia a nota da defesa na íntegra:
A defesa de Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, lamenta que tenha sido negado o seu pedido de revogação da prisão preventiva. Juridicamente, não há fundamentos sobre os fatos narrados na denúncia para manutenção da prisão. Cabe ressaltar, ainda, que a Juíza de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas não considerou que já há uma grande quantia paga às supostas vítimas.
É de conhecimento público as ações realizadas por Dilson durante o estado de calamidade pública que assolou o Rio Grande do Sul, bem como as manifestações dele relacionadas à inércia do Poder Público nas medidas necessárias para salvar vidas naquele momento. Chama a atenção da defesa a coincidência de instauração de procedimento para investigação de lavagem de dinheiro e o andamento da ação de estelionato, que teve início em 2022, com relatório final da autoridade policial em agosto de 2023, mas só em maio deste ano começou a tramitar com pedidos relativos à prisão preventiva.
Lamentamos o pré-julgamento e espetacularização do caso, principalmente, daqueles que são responsáveis por conduzir as investigações. Registra-se, ainda, a preocupação com os constantes vazamentos de informações do processo que tramita em segredo de justiça, sem que exista um posicionamento claro da Justiça quanto a isso, nem qualquer movimento para estancar essas falhas.
Por Metrópoles