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Brasileia completa hoje 114 anos de emancipação; saiba mais sobre a história

Você sabia que o Acre já teve uma cidade chamada Brasília? E, nesta quarta-feira, 3, a mesma completa 114 anos? Pois é, hoje, o município de Brasiléia – que já foi Via Brasília, Seringal Carmem, Alto Acre e muitos outros nomes – é o grande aniversariante do Estado.

E 2024 tem sido realmente desafiador para o munícipio de pouco mais de 26,7 mil habitantes – segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isto porque, neste ano, a cidade enfrentou a pior cheia da sua história, ocasião que deixou pelo menos 80% da cidade embaixo d’água e isolada. E, por isto, nos últimos anos, o legado brasileense tem sido de resiliência, força e – principalmente – vontade de se reerguer.

Para falar um pouco da história da cidade, é necessário voltar ao final do século XIX, quando a região era ocupada por dois povos indígenas: os Maitenecas e os Catianas. No início do 1º Ciclo da Borracha, no entanto, quando o local passo a ser colonizado por imigrantes em busca do látex, a hoje Brasiléia foi povoada por nordestinos, que vieram ao Acre com a promessa de grandes riquezas.

Ao longo dos primeiros anos, o local não seria uma região organizada, mas um local em que vários seringais conviviam simultaneamente. Apenas em 3 de julho de 1910, foi fundada Brasília – especificamente, numa faixa de terra do Seringam Carmem, bem em frente à cidade boliviana de Cobija. A cidade, inclusive, foi construída pelos próprios seringueiros e seringalistas locais.

Em 1912, inicialmente como distrito, Brasília foi ligada ao município de Xapuri – criado naquele ano, condição que continuou até dezembro de 1938, ocasião em que foi elevada à categoria de município. E se você acredita no mito acreano de que o nome da Brasília acreana foi mudado por conta da Brasília do Distrito Federal está enganado. Em entrevista ao G1 Acre, a historiadora Gislene Salvatierra explicou que a mudança ocorreu em 1943, 17 anos antes da fundação do Distrito Federal. “A mudança de nome se deu, principalmente, por conta de uma cidade mineira mais antiga que também tinha o nome de Brasília”, esclareceu.

Força de vontade e superação

Em fevereiro deste ano, Brasiléia viveu a pior cheia da história e, para amenizar os impactos da cheia, o governo do Acre desenvolve as obras da Orla do Rio Acre. O local também será um espaço de lazer, e a obra conta com investimentos de R$ 18 milhões, disponibilizados por recursos do senador Márcio Bittar, governo do Acre, Prefeitura de Brasileia e Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. “Uma grande enchente destruiu a orla no Centro de Brasileia e parte histórica da cidade. Hoje, estamos cumprindo mais um compromisso do governador Gladson Cameli com a população de Brasileia, que é de revitalizar esse espaço tão importante para os moradores”, disse a presidente do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), Sula Ximenes, em matéria disponibilizada da Agência de Notícias do Acre.

Além disso, o município também contará com a estrutura do Anel Viário que, em maio deste ano, já estava com 99% das obras construídas. Segundo o governador do Acre, Gladson Cameli, por se tratar de uma obra complexa, o governo federal também começou a participar. “Viabilizando os acessos aos viadutos”, reiterou o governador.

Brasileia, um município que já teve tantos nomes, pode ser conhecido por ter cidadãos com vários adjetivos: resilientes, corajosos, fortes e, principalmente, com a força de vontade necessária para se levantar. E, com esta história de luta, certamente Brasileia segue como uma das cidades mais queridas do Estado.

 

Com informações da Agência de Notícias e do G1 Acre

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