Depois de 28 anos, a seleção masculina de vôlei estreou em uma Olimpíada com derrota. O Brasil começou Paris-2024 com derrota para a Itália, na South Paris Arena, neste sábado, por 3 a 1 (25/23, 27/25, 18/25 e 25/21) para a atual campeã mundial. A seleção de Bernadinho volta à quadra contra a Polônia, a líder do ranking mundial, na quarta-feira.
A seleção brasileira vinha de uma sequência de seis estreias seguidas com vitórias em Jogos Olímpicos. Foram dois triunfos contra a Austrália, duas contra a Tunísia, uma contra o Egito e uma contra o México. A última derrota na primeira partida havia sido para a Argentina na Olimpíada de Atlanta-1996.
Ter vencido um set pode ser importante lá na frente. Isso porque nesta Olimpíada, o torneio tem novo formato. A primeira fase conta com três grupos com quatro equipes cada — em Tóquio-2020, eram dois grupos com seis seleções.
Estarão classificados às quartas de final os dois primeiros colocados de cada grupo e os dois melhores terceiros lugares. E depender da classificação pelos critérios do terceiro lugar é a arriscado. Na próxima quarta-feira, a seleção do técnico Bernardinho enfrenta a Polônia. Na terça-feira, a Itália enfrenta o Egito.
O Brasil está no grupo B, que tem os três times que venceram as últimas nove edições do Mundial da modalidade (de 1990 para cá): o Brasil, a Itália e a Polônia.
A Polônia enfrentou o país em 43 ocasiões desde 2006, com pequena vantagem dos brasileiros: 26 triunfos contra 17. Mas, nas últimas dez partidas, os poloneses venceram sete. O país europeu também levou a melhor nas finais dos Mundiais de 2014 e de 2018, na semifinal do Mundial de 2022 e na fase final da Liga das Nações deste ano. Em Jogos Olímpicos, será o primeiro confronto desde a vitória do Brasil por 3 a 0 em Pequim-2008.
Brasil x Itália
Os dois últimos encontros entre Brasil e Itália, um dos maiores clássicos do vôlei masculino, haviam chegado ao tie break, com o Brasil vencendo o Pré-olímpico em 2023 e a Itália ganhando a VNL deste ano, ambos no Rio. Em Olimpíadas, o Brasil venceu as finais de Atenas-2004 e Rio-2016, além das semifinais de Pequim-2008 e Londres-2012. Mas, neste sábado, com casa cheia e torcida dividida entre as duas seleções, a Itália foi à forra.
Em um primeiro set foi bastante disputado, o Brasil ficou na frente do placar na maior parte do tempo, mas com dois bloqueios na fina a Itália virou. A seleção brasileira teve ainda a chance de empate em 24 a 24, mas Darlan ficou no bloqueio e o set terminou em 25 a 23. A Itália dominou no bloqueio.
Na segunda etapa, quando a Itália fez 15 a 13, em bola de ataque de Darlan, deu para sentir o clima de rivalidade entre as seleções. Ambos os grupos gesticularam com o árbitro principal. Mas como não há desafio para o toque de bola no jogador, após o bloqueio e que não ocorreu, o Brasil nem sacrificou o pedido. Uma largadinha de Lucarelli colocou o Brasil de novo na briga no set, chegando ao 23 ponto (23 a 24). Mas na hora de decidir, o Brasil pecou. Um saque na rede de Flávio e a seleção perdeu novamente a chance de fechar o set. A Itália não perdeu tempo e fez 27 a 25.
O Brasil buscou o terceiro set, desencantou mais dois pontos de bloqueio. Dominou a parcial e fez 25 a 18. No quarto set, o Brasil cometeu muitos erros e não conseguiu correr atrás do placar para forçar um novo tie break — a Itália fechou em 25/21.
Os jogos de vôlei de Paris-2024 serão realizados em uma arena provisória montada em um pavilhão para 10.200 pessoas, e sem charme algum. Um contraste com os locais de competições de outras modalidades, incluindo o vôlei de praia, aos pés da Torre Eiffel.
O Brasil começou com: Bruninho, Darlan, Lucarelli, Leal, Lucão, Flávio e Thales. A Itália iniciou com Giannelli, Romanò, Michieletto, Lavia, Russo, Galassi e Balaso.
Por Extra