A campanha presidencial de Kamala Harris conseguiu arrecadar mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 560 milhões) em dois dias. O valor foi alcançado entre domingo (21/7) e segunda-feira (22/7), conforme anunciado pela equipe da vice-presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira (23/7).
O montante foi obtido logo após o anúncio de sua candidatura, que surgiu depois que Joe Biden anunciou sua desistência da reeleição.
Segundo a CBS News, a arrecadação inclui fundos levantados tanto pela campanha de Harris quanto pelo Comitê Nacional Democrata e comitês conjuntos de angariação de fundos.
A campanha de Kamala destacou que esse resultado demonstra vantagem financeira substancial sobre possíveis concorrentes na disputa pela indicação democrata. Na segunda, a campanha já havia informado que havia arrecadado US$ 81 milhões (R$ 452 milhões) em um período de 24 horas.
De acordo com a equipe da candidata, mais de 1,1 milhão de doadores contribuíram durante esse intervalo, sendo que 62% deles fizeram sua primeira doação do ciclo eleitoral de 2024.
Um evento promovido pelo grupo Win with Black Woman arrecadou, sozinho, US$ 1,6 milhão (R$ 8,9 milhões). Além disso, a campanha afirmou que o total de US$ 452 milhões arrecadados em 24 horas representa o maior montante já conseguido em um período tão curto na história das campanhas presidenciais.
Kevin Munoz, porta-voz da campanha de Harris, destacou que o apoio recebido demonstra “a energia e o entusiasmo de base que vencem eleições”. Ele ressaltou a formação de uma coalizão diversificada em apoio à candidata.
Em comparação, a campanha do republicano Donald Trump arrecadou US$ 331 milhões (R$ 1,8 bilhão) no segundo trimestre deste ano, enquanto a campanha de Biden havia levantado US$ 264 milhões (R$ 1,4 bilhão) no mesmo período.
Kamala conquista delegados suficientes para concorrer à Presidência
Kamala Harris conseguiu conquistar a quantidade de apoio necessário para garantir sua nomeação pelo Partido Democrata nas eleições presidenciais deste ano. O anúncio foi feito nessa segunda-feira (22/7), um dia após Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.
A decisão do presidente dos EUA partiu após especulações e dúvidas sobre sua saúde física e agilidade mental. A desistência foi vista como um alívio para os membros de seu partido, que o pressionavam para abrir mão da reeleição.
Em comunicado, Kamala Harris expressou estar “orgulhosa” por ter “o amplo apoio necessário” dos delegados do seu partido para se tornar a candidata presidencial democrata, substituindo Joe Biden. Ela acrescentou que está “ansiosa para aceitar formalmente essa nomeação, em breve”.
Às 22h48 (horário de Brasília), Kamala alcançou 2.214 delegados, superando o mínimo de 1.976 exigido para a nomeação, conforme a contagem da Associated Press (AP). No início da noite de segunda-feira, a contagem já mostrava que a vice-presidente havia assegurado 66,5% do total necessário para a nomeação, com o apoio de mais de 1,3 mil delegados.
O Partido Democrata tem 3.936 delegados, incluindo ex-presidentes, líderes partidários estaduais e locais, membros do Congresso e governadores. Apenas metade deles pode votar na primeira rodada. Analistas internacionais destacaram que a velocidade com que Kamala conquistou o apoio dos delegados foi “surpreendente”.
Segundo as regras do Partido Democrata, os delegados são livres para apoiar qualquer candidato (ou mudar de ideia) até que ocorra a votação oficial para escolher o indicado final. A convenção do partido está marcada para ocorrer de 19 a 22 de agosto em Chicago. As informações são da AP.
Normalmente, os candidatos americanos ganham o apoio dos delegados com base em seu desempenho nas primárias e caucuses (reuniões de membros de um partido político para escolher candidatos ou decidir políticas, comumente usadas nos EUA no processo de seleção presidencial). Biden havia garantido apoio suficiente até 12 de março, com vitórias que garantiram sua nomeação como provável candidato do partido.