A cultura pop nerd é bastante difundida no Brasil. No Acre, eventos envolvendo costumes japoneses, super heróis, jogos, filmes, séries já são bem comuns, porém o destaque mesmo vai para a arte do cosplay. Dentre as pessoas que praticam esse hobby, a estudante de biomedicina Mayara Araújo é uma veterana nesse universo, e já pratica a arte de ser cosplayer há 9 anos.
A palavra cosplay é uma espécie de abreviação para “costume play” (costume = roupa / traje / fantasia e play = atuar). A pessoa que faz cosplay recebe a denominação de cosplayer, podendo se caracterizar como um personagem de algum livro, mangá, jogo ou filme que queira homenagear. Representa a personalidade deste personagem e, em alguns eventos, pode até mesmo competir com outros cosplayers em concursos valendo premiações em dinheiro.
Mayara Araújo, de 24 anos, é apaixonada por cosplay desde os 13 anos. Ela conta que o encanto surgiu no primeiro evento que participou. “Não conhecia bem esse universo, mas quando cheguei lá e vi outras pessoas de cosplay, achei incrível e só pensei como queria fazer aquilo também”, diz.
No entanto, a oportunidade de fazer o seu primeiro cosplay aconteceu somente em 2015. Araújo relata que foi uma verdadeira realização poder se caracterizar do personagem que ela tanto gostava: Edward Elric, protagonista da animação japonesa Fullmeltal Alchemist Brotherhood.
Conquistas
A sua jornada é marcada também por premiações. Durante esses anos, Mayara – que também é conhecida pelo nome artístico de “May Lady” – já conquistou 6 primeiros lugares nos concursos de cosplay do estado, sendo o mais recente na seletiva do concurso nacional de cosplay organizado pela Associação dos Nerds do Acre (Anac) no Festival Asiático “Tanabata Matsuri”. Neste evento, participaram 11 cosplayers e 7 foram selecionados para a final que ocorrerá em novembro deste ano no evento Comic Nerd Especial Harry Potter.
Além disso, Mayara também já foi convidada como jurada em concursos cosplays de outros eventos. “Tive privilégio de ser jurada em alguns concursos e difundir meu conhecimento em algumas palestras, gerando um sentimento de reconhecimento.”, relata a cosplayer.
Desafios
Assim como qualquer outro trabalho ou hobby, ser uma boa cosplayer também requer muito esforço e persistência e, nesse caminho, existem muitos desafios a serem enfrentados. May conta que o dinheiro é o maior desafio em ser cosplayer, segundo ela, é um hobby caro – e independente de fazer ou comprar pronto – os gastos ainda podem ser altos.
“No nosso estado, muitas vezes é difícil achar materiais necessários para a confecção de um cosplay, então muitas vezes exige pedir de fora ou ter uma criatividade para improvisar algo.”, explica.
Motivação
Diante de um hobby que exige tanto, que requer recursos, dedicação a motivação é pautada em uma coisa: o amor
“O amor pelo que faço é enorme, e poder dar vida aos personagens que tenho carinho sempre se torna gratificante. As reações das pessoas também, quando veem um personagem que elas adoram, é algo que faz nós, cosplayers, alegres. Hoje, também me sinto realizada sempre que percebo que estou evoluindo nessa arte, saber que estou melhorando cada dia mais e entregando sempre melhores resultados me faz querer continuar.”, descreve.
A cosplayer premiada deixa um recado para aqueles que têm interesse em conhecer mais a arte do cosplay, mas que não sabem por onde começar. “Escolha um personagem que ama e nada muito desafiador; pesquise bastante para saber o que melhor pode agregar no seu cosplay, e saiba que um cosplay pode demorar para ficar pronto, então tudo no seu tempo.”, conclui.