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Alta de 73% nas queimadas e estiagem afetam a qualidade do ar no Acre, revela relatório

A estiagem e o aumento das queimadas têm afetado significativamente a qualidade do ar no Acre. Segundo o relatório do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Políticas Indígenas (Semapi), o estado registrou níveis de qualidade do ar variando entre satisfatórios e moderados durante o período de 14 a 20 de julho de 2024.

A OMS recomenda que a média diária de concentração de material particulado na atmosfera esteja abaixo de 15 μg/m³. A exposição à poluição do ar é comparável a outros importantes riscos globais à saúde, como alimentação não saudável e tabagismo, sendo atualmente a maior ameaça ambiental à saúde humana.

Baixo Acre: Nos municípios de Rio Branco, Bujari e Porto Acre, as médias diárias de material particulado permaneceram abaixo dos 15 μg/m³ recomendados pela OMS até o dia 20 de julho, com exceção dos dias 8, 16, 17 e 19, quando os níveis ultrapassaram o limite. A qualidade do ar na região variou entre satisfatória e moderada.

Alto Acre: Em Xapuri e Assis Brasil, as médias diárias também se mantiveram abaixo do limite até o dia 15 de julho, com elevações observadas entre os dias 16 e 19. A qualidade do ar variou entre satisfatória e moderada.

Purus: Os municípios de Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus registraram médias diárias abaixo dos 15 μg/m³ ao longo de todo o período. A qualidade do ar foi classificada como satisfatória a moderada.

Tarauacá/Envira: Em Tarauacá, Feijó e Jordão, os níveis de material particulado também permaneceram dentro dos limites recomendados, exceto em Feijó no dia 18. A qualidade do ar variou entre satisfatória e moderada.

Juruá: Cruzeiro do Sul manteve-se abaixo do limite recomendado durante todo o período, com a qualidade do ar variando entre satisfatória e moderada.

Impactos das queimadas e condições climáticas

Conforme o relatório, as queimadas são um fator significativo para a deterioração da qualidade do ar, associadas a diversos impactos negativos à saúde humana, especialmente doenças respiratórias e cardiovasculares.

O acumulado de focos de incêndio no Acre, de 1º de janeiro a 20 de julho de 2024, registrou 443 focos, segundo o Satélite de Referência (AQUA). O número representa uma alta de 73% nos focos, já que no mesmo período de 2023, foram registrados 118 focos. Em 2022, tinham sido 264 focos.

Durante o período de 14 a 20 de julho, os municípios que lideraram o número de focos foram Feijó com 55 focos, Cruzeiro do Sul com 46 focos, e Rio Branco com 32 focos. No acumulado de focos de 1º de janeiro a 20 de julho, Feijó lidera com 72 focos, seguido por Cruzeiro do Sul com 64 focos.

A falta de chuvas e a seca dos rios têm agravado a situação. Segundo a Defesa Civil Municipal de Rio Branco, o Rio Acre amanheceu nesta segunda-feira, 29 de julho, com um nível de 1,50 metro.

A capital acreana registrou apenas uma chuva em julho, e o nível atual do rio está a apenas 25 centímetros da menor marca histórica, registrada em setembro de 2022, quando o rio atingiu 1,25 metro.

Em 11 de junho, o governo do estado declarou situação de emergência devido à seca e emergência ambiental, devido à redução significativa das chuvas e ao aumento dos riscos de incêndios florestais.

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