A Polícia Federal (PF) descobriu que houve instalação clandestina de dispositivos de espionagem em computadores espalhados por seis dos 10 andares do edifício-sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Brasília. Por isso, foi aberto uma investigação para apurar a utilização de “chupa-cabras” no prédio que concentra o fluxo de dados de pagamento de 39 milhões de beneficiários.
A coluna Na Mira teve acesso exclusivo às imagens dos aparelhos nocivos ainda instalados nos sistemas do INSS. Os dispositivos foram descobertos pela equipe de servidores lotada no Departamento de Tecnologia da Informação (TI) durante inspeção física na rede, ocorrida em 26 de junho deste ano. A Polícia Federal foi chamada à sede do Instituto pela própria presidência da autarquia previdenciária.
Na sede, os chupa-cabras tiveram potencial acesso a todo o trânsito de informações da rede que não fosse protegido por criptografia. Os sistemas utilizados para conceder os benefícios já utilizam a criptografia há algum tempo, de acordo com fonte ligada ao INSS. No entanto, os acessos aos dados pessoais de todas as pessoas que solicitaram benefícios ao órgão exigem apenas nome de usuário e senha.
Equipes veladas
Para não levantar suspeita, as equipes da PF que foram até a sede do INSS estavam à paisana e utilizaram viaturas descaracterizadas. A iniciativa era não chamar a atenção de funcionários e servidores, principalmente pelo fato de que os chupa-cabras foram encontrados em locais de acesso restrito da infraestrutura do prédio.
De acordo com uma fonte ouvida pela coluna, quem quer que tenha instalado esses dispositivos em seis dos 10 andares do edifício, teria tido acesso privilegiado em áreas extremamente seguras e vigiadas. As apurações da PF tentam identificar quem seriam os suspeitos de instalar os dispositivos e se houve algum tipo de facilitação interna.
No dia 27 de junho, apenas um dia após a visita sigilosa de especialistas em TI da Polícia Federal, todos os funcionários do prédio foram orientados a trocarem suas senhas.
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