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Com base em estudos genealógicos, jovem acreano busca por pai biológico

“Prometi a mim mesmo, ainda na infância, que, assim que ficasse maior de idade, sairia em busca dele, nunca iria desistir”. As palavras do biólogo tarauacaense Isaac de Oliveira Santos, de 26 anos, refletem a procura incessante pelo pai e, para encontrá-lo, Santos tem realizado – com base nos conhecimentos em genética adquiridos na graduação – diversas pesquisas em bancos de dados. Além disso, o jovem faz um verdadeiro apelo aos meios de comunicação para encontrar o genitor.

Isaac veio para Rio Branco aos 17 anos, após terminar o ensino médio; aos 18, usou os dados que a mãe, Luzineide Oliveira, havia fornecido sobre o pai e passou a procurá-lo. “Publiquei minha história no segundo semestre de 2016 no jornal A Gazeta do Acre e, por meio dele, pude encontrar o homem que achava ser meu pai biológico”, explicou.

O homem em questão, inclusive, começou a inserir Isaac na própria família. “Conheci aquela que seria minha avó e foi um momento único; jamais poderia imaginar que pudesse ser tão belo e maravilhoso usar a palavra pai”. Três anos se passaram após o encontro e, então, Isaac resolveu fazer um teste de DNA. “Quando abrimos o envelope e vimos que ele não era o meu pai, ficamos todos surpresos: desde o meu agora “ex-pai” e atual amigo, minha mãe, minha avó, todos acreditávamos que fosse, de fato, ele”.

Uso de ferramentas genéticas para solucionar a busca 

Buscas de Isaac no banco de dados. Foto: Reprodução.

Para recomeçar a empreitada, desta vez, Santos resolveu realizar um exame genético de ancestralidade, capaz de mostrar o parentesco com outras pessoas que também realizaram os mesmos exames; deste modo, os dados ficam disponíveis em bancos genéticos mundialmente conhecidos. “Já sei quais as origens étnicas de meu DNA, e também pude observar alguns primos distantes do meu lado paterno. Por meio da árvore genealógica de alguns desses primos, pude investigar os possíveis sobrenomes de meu pai, caso ele tenha sido passado de geração em geração em sua família até o presente”, reforçou.

No banco de dados, Isaac encontrou uma prima de 3° grau – já falecida – por nome Aglaides Martins Pelucio. “Com base na porcentagem de DNA em que compartilhamos, nossos ancestrais em comuns são os trisavós, e desta forma, por meio das informações que eu já dispunha, pude analisar os ancestrais desta minha prima paterna”.

Trisavós e bisavós de prima de terceiro grau do lado paterno de Isaac. Foto: Reprodução

Dos trisavós da prima paterna, Isaac encontrou:

– Antônio Martins de Almeida x Caetana Freire de Castro

– Antônio Freire da Silva x Agostinha Freire do Prado

Do lado dos bisavós da prima paterna:

– Raimundo José da Silva x Vicência Gomes Barreto

– José Antônio Martins de Almeida x Anna Clementina de Sousa

Com base nestas pesquisas, é possível que o pai de Isaac possua um dos sobrenomes destacados em negrito. “Tendo em vista que, por ela ser minha prima de 3° grau, significa que ela é prima de 2° grau de meu pai, denotando assim que os bisavós de minha prima são os mesmos bisavós de meu pai, sendo bem possível que ele carregue algum de tais sobrenomes”, explicou.

Além disso, do lado dos trisavós, há dois casais, que são os trisavós do lado materno e paterno do pai biológico de Santos, respectivamente. “Já no lado dos bisavós de meu pai, também há dois casais, com um dos integrantes do casal sendo filho(a) dos trisavós; desta forma, a linhagem de meu pai foi construída com os casais ancestrais acima, e repetindo, é bem possível que meu pai possua algum desses sobrenomes”, reiterou.

Portanto, aquele jovem com quem Luzineide, mãe de Isaac, se relacionou em 1997, que deveria ter entre 24 e 26 anos na época e, atualmente, com aproximadamente 50 a 52 anos de idade, deve possuir algum desses sobrenomes.

O início de Isaac

Em meados de abril de 1997, a mãe de Isaac – então com 19 anos -, estava saindo de uma festa que ocorria no Clube do Agrião do Norte, localizado entre o bairro Tancredo Neves e Raimundo melo, na capital acreana. O clube ficava próximo a um posto de gasolina e de uma churrascaria chamada Zebu, que por sua vez, ficava ao lado do Instituto Médico Legal (IML). “Naquela época, na saída desta festa, minha mãe conheceu um homem moreno, franzino, de estatura média, barba rala e que, naquela noite, dirigia uma moto. Após breve conversa, saíram então a um motel não especificado. Chegando lá, durante o ato sexual, ele perguntou se minha mãe gostaria de usar preservativo. Ela se negou. Ainda bem, pois eu nasci”, comentou Isaac, rindo.

Luzineide Oliveira, mãe de Isaac. Foto: Reprodução

 

Logo depois do coito, o suposto pai sentou-se à beira da cama e perguntou se a mãe não teria medo de engravidar. “Minha mãe também respondera com um não. Após essa noite, após esse único encontro, ele foi deixá-la na casa onde estava hospedada, no bairro Morada do Sol, e desde então, ambos nunca mais se viram”.

Ainda segundo Isaac, a mãe não se recorda o nome do rapaz e não sabe nada a respeito dele. “Foi só uma noite, e com o universo dando-me apenas uma única chance de vir à existência, ainda bem que fiz bom uso de tal oportunidade. Eu e meu pai fomos separados pela vida, ele não sabe que tem um filho que almeja conhecê-lo”, refletiu o jovem.

Ao final, Isaac faz um apelo. “Você, que está lendo esta matéria e se identificou com as descrições acima, e que tenha algum desses sobrenomes: é bem possível que tenha sido você esse jovem que conhecera minha mãe há 26 anos. Tenho muita esperança em achá-lo com vida”, finalizou.

Para entrar em contato com Isaac, ligue para: (68) 99238-7044

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