O dólar registra queda de 1,714%, cotado a R$ 5,56, na manhã desta quarta-feira (3/7). Na véspera, a moeda americana fechou em alta de 0,22%, a R$ 5,66, depois de ter atingido R$ 5,70 durante o pregão. A Bolsa brasileira (B3) também opera em alta, com avanço de 1,37%, aos 126.497 pontos.
Depois de dias seguidos de forte pressão de alta do dólar, números sobre a criação de empregos nos Estados Unidos colaboraram com a trégua dada pela cotação da moeda. A economia americana criou 150 mil postos de trabalho em junho, ante uma expectativa de 160 mil do mercado.
Esse tipo de informação fornece indícios, ainda que tênues, de desaquecimento da economia americana, o que contribui para alimentar a expectativa de uma redução da taxa de juros dos EUA – algo positivo para economias emergentes, como é o caso do Brasil (leia mais sobre o assunto neste link).
Lula e o BC
Na manhã desta quarta, o mercado também espera pelos desdobramentos da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com outros integrantes da equipe econômica do governo. No encontro, será discutida a questão fiscal no país (que trata da relação entre receitas e despesas da administração federal), e analistas acreditam que as recentes altas do dólar podem ser tema das conversas do grupo.
Nos últimos dias, a cotação da moeda norte-americana tem oscilado, sempre com tendência de alta, principalmente depois da divulgação de críticas feitas pelo presidente Lula contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Real pior que peso argentino
De acordo com análise feita pelo economista Márcio Holland, professor na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV-EESP), e ex-secretário de Política Econômica no Ministério da Fazenda (2011-2014), o real desvalorizou mais do que o peso argentino no primeiro semestre deste ano.
Na verdade, diz Holland, entre 12 economias emergentes, a moeda brasileira apresentou a maior desvalorização. Nesse período, ela registrou queda de 15%, ante um recuo médio de 4,4% anotado nos demais países que fazem parte do bloco – que inclui, por exemplo, Argentina, Turquia, México e China (leia mais sobre esse tema neste link).
Por Metrópoles