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Escritora acreana de 7 anos é destaque ao criar série de livros infantis

Pequena escritora, Laura Moto autografando seu livro. Foto: cedida

Com um talento surpreendente e fonte de inspiração para muitos escritores, Laura Mota tem conquistado o coração de muitas pessoas com seu universo literário. Com apenas 7 anos,ela já criou uma série de livros, tendo, inclusive, uma obra publicada.

Mas se você pensa que Laura parou por aí, está enganado. Isso porque, em breve, a pequena já deve publicar o próximo livro.

O policial penal, Beto Lima, de 35 anos, pai de Laura, conta como surgiu a paixão pela escrita e como foi esse processo de descoberta. “Desde muito pequena, aos dois anos, ela [Laura] já lia todo o alfabeto, sabia algumas palavras em inglês, e tudo o que a gente ensinava, ela rapidamente aprendia”, conta.

De acordo com o pai, Laura, além de escrever o livro, também desenha. Ele conta que a filha cria uma história em duas horas e realiza todo o projeto gráfico em cinco dias. Laura, inclusive, já escreveu três histórias em um único dia, todas com início, meio e fim.

Laura Mota. Foto: cedida

O início da aventura 

Ao conhecer o alfabeto, em uma aula específica sobre as letras, Laura, ao aprender a letra K, de Kiwi, uma ave típica da Nova Zelândia, teve sua epifania pelo animal, começando a desenhá-lo pela casa. A menina chegou a pediu uma pelúcia do animal ao pai e, daí, surgiu o protagonista do seu primeiro livro.

Beto conta o processo e os desafios que teve que enfrentar para transformar o sonho de sua filha em realidade, afinal de contas, publicar um livro não é uma tarefa fácil. Para isso ele teve que correr atrás de todos os processos necessários para publicação

“Primeiro, tive que estudar, me informar, entender todos os processos, os quesitos, as regras, e montar todas as peças e poder realizar o sonho dela que era ver suas histórias virarem livro de verdade. Os desafios são muitos, nosso estado possui muitas limitações quando o assunto é produzir um livro. Então, tive que registrar na Câmara brasileira do livro, e mandar o arquivo pra fora do estado, para assim receber os livros prontos”, relata o policial.

“As aventuras do Kiwi: a fome” é o primeiro de uma série de 12 livros, e retrata as aventuras da ave. É importante reiterar que o kiwi não voa e tem o corpo coberto de pelos e, na história de Laura, algo está fazendo com que todos os kiwis da Terra sintam fome. É quando Kiwi aventureiro e protagonista começa a tentar desvendar esse mistério para salvar seus amiguinhos da extinção.

Capa do livro As aventuras de Kiwi, a fome. Foto: cedida

O lançamento do livro aconteceu no dia 8 de junho, e chamou atenção do Núcleo de Altas Habilidades, que convidou Laura a ser aluna. Desde então, foi iniciado o processo de investigação já que, atualmente, Laura é acompanhada por especialistas do local. Além disso, obras da pequena foram revisadas, recebendo todo o apoio profissional. Vale ressaltar que a menina é uma criança autista, de poucas palavras e, segundo o pai, escrever para ela é a melhor forma de se expressar. 

A meta é que Laura publique todos os 12 volumes de seu universo literário. Atualmente, ela já está no processo para a publicação do seu segundo livro: “As aventuras do Kiwi II, o meteoro”, que ainda não têm data certa, mas que deve ser publicado ao fim deste mês. Desta vez,  o enredo é voltado para um meteoro que se aproxima da terra, e o kiwi aventureiro vai lutar pela sobrevivência de sua espécie.

As aventuras de Kiwi II, o Meteoro. Foto: cedida

Mais aventuras

Segundo o pai, todos os outros livros já estão prontos, apenas aguardando o orçamento. Além desta série, Laura já escreveu outros livros: “O mistério da Fenix – Infantil”; “Um Dragão em Tanto”, que tem 50 páginas e é voltado à faixa etária juvenil, e “As Aventuras de Meterorito”, que será para pré adolescentes.

Para Beto, a publicação é importante para que todos possam conhecer a pureza que tem no coração de uma criança, além de fazer com que outras crianças possam despertar, através da leitura, seus potenciais. Ele complementa, ao falar sobre a mensagem que a história de Laura pode passar às outras pessoas: “Menos telas e mais livros. Vivemos no mundo da tecnologia: dar um celular para uma criança pode ser a forma mais rápida de acalmá-la, mas os livros não podem ser desprezados. Laura tem conseguido atrair a atenção para suas obras, a aceitação tem superado as expectativas”, conclui.

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