No segundo dia do Arraial Cultural, nesta quarta-feira, 17, o público presente no Calçadão da Gameleira foi agraciado com o resultado da dedicação de centenas de profissionais juninos com as apresentações de cinco quadrilhas. Os times são avaliados seguindo as diretrizes de cinco quesitos das apresentações: casamento, harmonia e conjunto; coreografia; figurino e originalidade.
Com 55 componentes, a primeira apresentação da noite foi da Forrozeira Junina, de Porto Acre, com o tema “A Festa do Boto nas Noites de São João”, contando a lenda da criatura folclórica conhecida por tomar a forma de um belo homem ao sair dos rios para cortejar moradoras ribeirinhas.
Acumulando as funções de maquiador, cabeleireiro, narrador e coreógrafo, Gelson Silva representou o seu município com muito orgulho de sua origem e de sua equipe, a qual ele os considera como uma grande família: “Além de tudo, costumo tratar todos como meus filhos. É um trabalho árduo, mas é prazeroso. Só de imaginar que eles poderiam estar em qualquer outro lugar mas escolheram estar aqui comigo lutando pela cultura é muito gratificante”.
Ele também fala: “Estamos trabalhando há seis meses para trazer esse lindo espetáculo para a população. Para a gente que é do interior as coisas são mais difíceis, mas com muito esforço e com Deus conseguimos ir longe”.
A segunda equipe a por os pés no tablado da Arena dos Folguedos foi a Explosão Junina, com o tema “Açaí, a Fruta que Chora”, com o espetáculo que celebra o fruto de cor roxo com grande valor nutricional e cultural para a região Norte do Brasil.
Diretamente de Plácido de Castro, com seus 60 membros, a junina apresenta elementos que remetem ao fruto em detalhes dentro da narrativa da festa junina, abordando a sua importância, como também o papel fundamental da fruta em todo o país.
Minutos antes de começar o show, Mari Rocha fala sobre a expectativa de se apresentar na competição estadual: “Somos os vencedores municipais e estamos aqui com o coração a mil para fazer bonito”.
Originada há 25 anos, na Paróquia Cristo Libertador do bairro Sobral, a junina CL na Roça destacou a primeira apresentação de um grupo da capital, Rio Branco. Com seus 70 componentes, o grupo adaptou a obra “Lisbela e o Prisioneiro”, com origem no aclamado livro de Osman Lins.
O montador Luck Aragão fala sobre a definição da temática: “Sempre é um desafio escolher um tema, mas entramos em comum acordo em contar essa história por todos os integrantes gostarem muito do filme que conta essa bonita história. E buscamos fazer essa homenagem adaptando para o São João”.
Ele também destaca o momento da festa cultural organizada pelo governo do Acre: “É sempre uma alegria grande estar no Arraial Cultural. Esse é um evento fundamental que fecha o ciclo junino do nosso estado, culminando em espetáculos preparados com muita energia, carinho e amor”.
Com o diferencial de mesclar a cultura junina com o ritmo de dança lambada, a quadrilha Escova Elétrica também se apresentou na segunda noite, entoando um gênero musical de grande popularidade nos anos 70 e 80.
Com origens na região Norte do Brasil, a lambada tem como base o carimbó e a guitarrada e carrega a influência por ritmos latinos como a cúmbia e o merengue. Puxando pelo visual, o grupo introduz as tradições acreanas nas vestimentas, utilizando as cores verde e amarelo para homenagear a bandeira acreana.
Ganhando o público pelo fator nostálgico, a junina composta por 100 profissionais, em sua abertura, utiliza a canção “Balancear”, de Beto Barbosa, para ritmar a dança e cativar pela popularidade da música, a qual foi febre nacional anos atrás.
A junina Pega-Pega, contando com a força de 140 membros, foi a grande esperada pelo público com o tema “São João de Todos os Tempos”, homenageando a tradição das festas juninas e a sua evolução ao longo dos anos.
Utilizando o tempo como fio condutor de sua narrativa, o grupo explorou momentos históricos e músicas icônicas que remetem às festividades de São João, principalmente de maneira sonora, com as populares “Olha para o Céu meu Amor” e “Forró Folia”.
O enredo entoado transmitiu a mensagem tradicional de São João, a qual perdura e atravessa o tempo, mostrando seu poder de adaptação e crescimento, ao mesmo tempo em que as raízes culturais são mantidas.
Para os seguintes dias de festejo, o governo do Acre espera receber a sua população com mais momentos de exaltação cultural, entretenimento e confraternização entre famílias, até o dia 21 de julho, domingo, a partir das 18h.
Caso queira ver no conforto do seu lar ou prestigiar apresentações passadas, a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) realiza diariamente a transmissão ao vivo no canal do youtube oficial do governo do Acre e demais redes sociais institucionais.