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PL da Bíblia nas escolas ‘nos empurra mais ainda para uma gaiola’, diz mãe de santo

Foto: Cedida

Apresentado na Câmara de Rio Branco pelo pastor e vereador Arnaldo Barros (Podemos), o projeto de lei que visa incluir a Bíblia como material paradidático nas escolas municipais vem sofrendo duras críticas pelo seu teor excludente para com os demais tipos de fé.

Dirigente da Tenda de Umbanda Luz da Vida, a sacerdotisa Mãe Marajoana de Xangô afirma que o PL empurra ainda mais para a “gaiola”, ou “bolha”, os adeptos das religiões de matrizes africanas e afro-brasileiras, reforçando estigmas históricos sofridos por essas comunidades.

Ela reflete sobre a função do ensino religioso nas escolas em um país laico como o Brasil. “O objetivo de lecionar religião nos colégios é de dar orientação a um estudante sobre seu papel na sociedade e os valores das diferentes religiões para o ensino. Não cabe, de forma alguma, discriminar e praticar racismo com outras denominações”, afirma.

E justifica: “Vivemos todos em comunidade. E em uma sociedade que convive com o todo, a criança deve entrar em contato com noções que vão desde justiça à cultura de paz entre os indivíduos. E qual é a paz entre os indivíduos que esse PL prega, ao determinar que os estudantes tenham acesso a uma única fé?”.

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Marajoana compara, ainda, a imposição da Bíblia no ambiente escolar como uma forma de bolo. “A vida e a religião não são para ser seguidas como uma forma de bolo, porque senão elas se tornam pobres. E a escola não tem que persuadir uma criança a seguir determinada religião. Ela precisa oferecer conhecimento das diversas denominações”.

A mãe de santo diz confiar nas autoridades competentes para que barrem o projeto, patrocinado por setores conservadores e evangélicos de Rio Branco e que tem o apoio do secretário-adjunto de Educação da capital, pastor Paulo Machado.

“Se nós somos, verdadeiramente, um país laico, é para ter nas escolas a Bíblia, mas também o tambor e elementos das demais denominações presentes em nosso país. Que o Brasil é laico, isso todo mundo sabe, mas, infelizmente, não respeitam”.

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