A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (31/7) que o regime de Nicolás Maduro na Venezuela não é uma democracia e cobrou provas de transparência da eleição presidencial no país. Em entrevista à coluna, Marina disse que “um regime democrático pressupõe eleições livres”. Assista ao trecho da entrevista abaixo ou veja a íntegra clicando aqui
A reeleição do presidente venezuelano no último domingo (28/7) tem sido fortemente contestada pela comunidade internacional, que pressiona pela apresentação das atas de votação. A oposição acusou fraudes e afirmou que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez. Maduro, no poder há 11 anos, disse ter vencido.
“Um regime democrático pressupõe que as eleições são livres, que os sistemas são transparentes, que não haja nenhuma forma de perseguição política ou tentativa de inviabilizar com que os diferentes segmentos da sociedade, que legitimamente têm o direito de pleitear, cheguem ao poder. Que não venham a sofrer qualquer tipo de constrangimento ou impedimento”.
A ministra elogiou o comunicado do Itamaraty, que, na segunda-feira (29/7), declarou que a apresentação das atas eleitorais era um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
“Quando se trata de política externa, o governo está correto em buscar as cautelas necessárias. Mas a cobrança foi veemente. O fato de fazer essa cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no nosso continente, e de que a gente não tenha nenhum tipo de atitude que venha extrapolar esse princípio. Eu sempre trato a democracia, os direitos humanos, como um valor. E valores não podem ser relativizados”, afirmou a ministra.
Apesar da cobrança do governo brasileiro pela comprovação da lisura eleitoral na Venezuela, Lula disse na terça-feira (30/7) que não via nada “anormal”, “grave” ou “assustador” na eleição venezuelana. O PT, partido do presidente, foi além. A Executiva Nacional da legenda reconheceu a eleição de Maduro e classificou o pleito de uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
Por Metrópoles