Além da fumaça registrada no interior de São Paulo, o céu de Brasília, de Goiânia e de Belo Horizonte amanheceu tomado por fumaça neste domingo (25/8). Tanto a capital federal quanto as capitais goiana e mineira estão há mais de 100 dias sem chuvas. O tempo nublado, no entanto, não é sinal de precipitações.
Especialistas alertaram que a fumaça deveria avançar sobre o centro do país neste fim de semana, transportada pelo vento, em decorrência da quantidade elevada de queimadas, especialmente no Pantanal, na Amazônia e na Região Sudeste.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta é a temporada com o maior registro de focos de queimadas em 17 anos, situação agravada pela seca que castiga mais de mil cidades brasileiras.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a fumaça na capital da República é decorrente dos vários incêndios que vêm acontecendo ao longo da semana. A corporação também destacou que não há focos de fogo nesta manhã.
O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) igualmente informou que, na manhã deste domingo, não há nenhum incêndio em vegetação de grande vulto em andamento na Região Metropolitana de Goiânia.
No sábado, porém, foram combatidos vários focos, o que, provavelmente, associado a alguma mudança nas condições climáticas, pode ter provocado essa névoa de fumaça vista pela manhã em Goiânia e região metropolitana.
Aumento dos focos de queimadas
A principal causa do corredor de fumaça é a intensidade do fogo. Conforme o Inpe, só no mês de agosto foram registrados mais de 22 mil focos de incêndio na Amazônia Legal. Em comparação com o ano passado, por exemplo, o número era significativamente inferior: 12 mil.
No restante do território nacional, o cenário também não é favorável. De forma geral, o país está no pior momento em relação aos focos de incêndio da última década.
O segundo fator é a seca, que serve como ignição para os focos de incêndio, somando-se às queimadas ilegais. Geralmente, a estiagem acontece de agosto a outubro, mas o pico ocorre em setembro, quando sentimos mais os impactos.
No entanto, meteorologistas explicam que a seca chegou antes do previsto, ainda em julho.
Situação em SP
Moradores de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, entraram em pânico no fim da tarde de sábado (24/8) por causa dos focos de incêndio, que, inclusive, atingiram a área urbana do município. Com mais de 700 mil habitantes, a cidade também foi afetada por nuvens de fumaça — que encobriram o céu e transformaram o dia em noite na região.
Também foram afetadas pelo fogo e pela poeira cidades como Campinas, São Carlos e Matão.
O estado tinha até a contagem mais recentes 2.316 focos de incêndio, recorde para um mês de agosto, e tem contado com ajuda até das Forças Armadas.
Neste domingo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decretou situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de 45 municípios do estado em razão dos incêndios florestais entre os dias 4 e 24 de agosto.
De acordo com o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Defesa Civil, 41 cidades paulistas estão com alerta máximo para queimadas e 25 enfrentam focos ativos de incêndio devido à onda de calor que afeta todo o estado.
Por Metrópoles