As doenças cardíacas e o câncer de mama são condições que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, representando uma grande preocupação de saúde pública. No entanto, é possível reduzir o risco de ambas as condições adotando hábitos saudáveis e práticas preventivas.
O cardiologista Ernesto Osterne, do Instituto do Coração (ICTCor) de Taguatinga, em Brasília, ressalta que as doenças cardiovasculares e as neoplasias são as enfermidades mais prevalentes a partir dos 50 anos e compartilham vários fatores de risco. Além disso, estudos recentes têm mostrado que a presença de uma dessas patologias pode favorecer o surgimento da outra.
“O câncer de mama e as doenças cardiovasculares compartilham fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, terapia de reposição hormonal, dieta inadequada, consumo de álcool e estresse crônico”, informa.
O cardiologista Rafael Côrtes, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, ensina que a obesidade é um dos fatores de risco mais significativos para as doenças cardiovasculares e o câncer de mama, especialmente em mulheres pós-menopausa.
“A obesidade causa inflamação crônica e resistência à insulina, o que pode levar à aterosclerose e aumentar o risco de infarto e AVC,” explica Rafael. “Além disso, está ligada a um aumento de 26% no risco de câncer de mama em mulheres pós-menopausa, devido à produção de estrogênio pelo tecido adiposo, que pode estimular células cancerígenas”, completa.
Confira como reduzir os riscos de doenças cardíacas e de câncer de mama:
Adotar uma alimentação saudável
Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras (como peixes e leguminosas), nozes, sementes e gorduras saudáveis, como azeite de oliva, é fundamental para melhorar a saúde.
“Esses alimentos contêm antioxidantes e compostos anti-inflamatórias que protegem contra doenças cardiovasculares e câncer. Evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras saturadas e trans, e as os embutidos ajuda a reduzir os riscos de obesidade, hipertensão, diabetes e câncer”, detalha o cardiologista Rafael Côrtes.
Prática regular de atividades físicas
Segundo Côrtes, exercícios físicos regulares, como 150 minutos de atividade moderada (caminhada rápida) ou 75 minutos de atividade vigorosa (corrida) por semana, combinados com exercícios de resistência, são altamente recomendados.
A atividade física reduz o risco de eventos cardiovasculares em 20% e também diminui o risco de câncer ao melhorar a resposta imunológica, reduzir a inflamação do corpo e regular o metabolismo.
Manter um peso saudável
O controle de peso ajuda a reduzir a inflamação ocasionada pela gordura, melhora a sensibilidade à insulina e regula os níveis hormonais, diminuindo os riscos tanto das doenças cardíacas como do câncer.
Estudos mostram que perder 5-10% do peso corporal, especialmente com mudanças no estilo de vida, pode reduzir a pressão arterial, melhorar o perfil lipídico e aumentar a sensibilidade à insulina, diminuindo o risco de eventos cardiovasculares.
Evitar o consumo excessivo de álcool e abandonar o tabagismo
O consumo excessivo de álcool e o tabagismo aumentam o risco de doenças cardíacas e de vários tipos de câncer. Reduzir ou eliminar o consumo de álcool e parar de fumar são passos essenciais para diminuir esses riscos, pois o cigarro e o álcool são agentes carcinogênicos, que provocam alterações celulares que favorecem a doença.
Gerenciar o estresse
O estresse crônico contribui para a inflamação, aumentando o risco para as duas doenças. Técnicas como meditação e exercícios físicos podem ajudar a reduzir os níveis de estresse e melhorar a saúde mental, impactando positivamente na prevenção de ambas as condições.
Realizar exames regulares
Monitorar regularmente a pressão arterial, o colesterol, a glicemia e realizar mamografias e avaliações cardíacas é essencial para a detecção precoce de eventuais problemas e para a prevenção de doenças. Realizar check-ups com o cardiologista e a ginecologista é fundamental para garantir que achados estejam dentro do esperado.
Por Metrópoles